Preconceito linguístico: a máscara social do preconceito linguístico na sociedade
Abstract
É fato inconteste que a língua padrão e a não padrão não são as únicas
existentes no universo lingüístico. Existem variantes em relação ao sexo, à profissão, à
região. Enfim, em tudo o que envolve o ser humano. Não há um ser no mundo igual ao
outro, e essa diferença também se manifesta na linguagem. Porém, nenhuma é tão
discriminada quanto a variante do português não-padrão. O português padrão foi
adotado oficialmente para registrar, escrita e oralmente, todas as manifestações da
cultura brasileira: a história, documentos, livros, revistas, jornais, etc. Não existe
nenhuma objeção por parte de nenhum autor, cujas obras foram aqui utilizadas em
relação a esta escolha. O que existe, e tentamos expor neste trabalho é um imenso
preconceito quanto à variedade lingüística não-padrão. Esta falta de prestígio leva a
variante do português não-padrão a ser ridicularizada. Quando renegamos esta variante,
renegamos, também, seus usuários, os ditos sem-terra, sem-renda, sem-escola, semtrabalho,
e pelo preconceito lingüístico tornaram-se os sem-língua também.