A questão social na obra “vidas secas” – Graciliano Ramos
Date
2009Author
LIMA, Sandra Alves Rosa Costa
SANTANA, Magalene Alves
SILVA, Edilma Alda da
Metadata
Show full item recordAbstract
Os problemas sociais existem em todo o Nordeste, mas a culpa pela miséria da região
sempre recaiu sobre o fenômeno das secas.
A seca além de ser um problema climático é uma situação que gera dificuldades
sociais para as pessoas que habitam a região. As consequências mais evidentes das grandes
secas são a fome, a desnutrição, a miséria e a migração para os grandes centros.
A seca é muitas vezes usada por políticos que de forma geral, costumam fazer
política com o sofrimento e a miséria do povo. Alternativas existem, mas apresentar soluções
para os problemas da seca significa abdicar dos benefícios da indústria de votos em que as
populações pobres do Nordeste têm se tornado.
A difícil realidade do sertanejo diante do triste fenômeno supracitado se evidencia
claramente no romance Vidas Secas - Graciliano Ramos. A injustiça social praticada pelos
que assumem o poder retrata a realidade de inúmeras pessoas vítimas da desigualdade, do
descaso social e da exploração humana.
A família apresentada: Fabiano, Sinha Vitória, os dois meninos (mais velho e mais
novo) e a cachorra Baleia são flagelados retirantes que, no ápice do sofrimento ainda têm uma
ideologia e vão à busca de seu sonho: casa para se abrigarem e trabalho para ganharem o
suficiente para não morrer de fome.
Vidas Secas é uma obra onde as personagens não detêm uma linguagem
desenvolvida, não há comunicação entre os mesmos, apenas grunhidos, mas a mensagem que
o autor transmitiu ao leitor apresenta linguagem clara e objetiva que tenta sensibilizar quem lê
para as causas sociais. Conhecer Vidas Secas é conhecer um pouco do sertão nordestino e
conviver com Fabiano e sua família, questionando o porquê de tanta injustiça, pois na mesma
situação encontram-se muitos sertanejos em busca do mínimo que um ser humano pode
querer: viver... dignamente.