Impacto da hospitalização prolongada na motricidade, comportamento e linguagem de crianças típicas e atípicas
Date
2023Author
OLIVEIRA, Jussara Fabiano de
ALMEIDA, Lorena Fernanda Lima de
Metadata
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Durante os primeiros anos de vida, as crianças apresentam maior nível de
neuroplasticidade, tornando-se mais vulneráveis aos estímulos externos nocivos, o que
pode ser um preditor para a instalação de distúrbios de desenvolvimento. Dessa forma,
os estímulos ambientais e estresse associados à hospitalização prolongada podem
repercutir no curso do desenvolvimento, bem-estar físico e psicológico em virtude da
imaturidade dos sistemas, ocasionando atrasos no desenvolvimento motor,
comportamental e linguístico. Sendo assim, as crianças submetidas à hospitalização
estão mais vulneráveis à instalação de déficits. Diante deste cenário, surge a necessidade
de constatação desses fatores e sua influência no desenvolvimento de crianças com
hospitalização prolongada. O objetivo desta pesquisa foi comparar o impacto da
hospitalização prolongada na motricidade, comportamento e linguagem entre crianças
típicas e atípicas. Trata-se de um estudo observacional, transversal, de caráter
comparativo e de campo cuja amostra foi composta por 12 crianças atípicas e 20 típicas,
com faixa etária entre 0 e 6 anos e admitidas no internamento pediátrico do Hospital de
Urgência do Estado de Sergipe (HUSE). Foi aplicada a escala Denver II, sendo possível
observar alterações na motricidade, comportamento e linguagem, tanto para crianças
típicas quanto atípicas, após período de hospitalização prolongada acima de sete dias,
com predominância para o perfil masculino e média de idade de 2,06 anos. Houve maior
tempo de hospitalização para crianças atípicas em comparação com as típicas,
culminando com maiores prejuízos nos domínios motor amplo, de linguagem e
comportamental pessoal-social, com significância estatística para este último,
justificado pelas alterações estruturais, estímulos ambientais negativos e restrição
prolongada. Assim, o tempo de hospitalização representa um preditor para atrasos no
desenvolvimento da motricidade, comportamento e linguagem, independentemente do
perfil investigado, apesar da maior vulnerabilidade do grupo atípico para tais prejuízos,
especialmente no comportamento pessoal-social.