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dc.contributor.advisorJUNIOR, José Juvino da Silva
dc.contributor.authorSOUZA, Diogo do Nascimento
dc.contributor.authorSILVEIRA, Thassya Álvares Bezerra Machado
dc.date.accessioned2023-04-27T22:28:11Z
dc.date.available2023-04-27T22:28:11Z
dc.date.issued2018pt_BR
dc.identifier.urihttps://openrit.grupotiradentes.com/xmlui/handle/set/6453
dc.description.abstractA violência é um dos traços mais sombrios da espécie humana que, mesmo sustentando o título de racional, carrega um longo histórico violento em todos os níveis de convivência. Um dos tipos mais silenciosos, e não menos grave, acontece no âmbito dos relacionamentos amorosos, os chamados relacionamentos abusivos. O assunto é polêmico e gera reações controversas nas pessoas que ora defendem as vítimas de parceiros abusivos, ora as culpam por tal situação. Nos últimos anos, o assunto vem ganhando cada vez mais destaque na mídia e muito tem se falado a esse respeito. Uma em cada cinco mulheres considera já ter sofrido algum tipo de violência de parte de algum homem, segundo dados da Pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado (Fundação Perseu Abramo/SESC, 2010). A pesquisa ainda aponta que o parceiro, marido ou namorado, é o responsável por mais 80% dos casos reportados. A principal razão para a violência apontada por 46% das mulheres e 50% dos homens é o ciúme. Dentre outras causas, 23% das mulheres consideram o alcoolismo e outros desequilíbrios psicológicos. Já 19% delas citam a não aceitação e o desrespeito, por parte dos homens, na busca por autonomia. No entanto, por estar inserido no contexto doméstico, muitos são os casos que não chegam nem mesmo ao conhecimento da família da vítima. E a informação é uma das principais armas para o combate deste tipo de violência, pois ajuda a entender e identificar traços comportamentais tanto de quem a sofre quanto de quem a pratica, encoraja as vítimas a buscarem ajuda e quebra preconceitos. Segundo o dicionário Aurélio (1999), violência é o “estado daquilo que é violento, abuso de força”. Sinônimo de opressão, tirania e coação. A violência doméstica é definida como crime pela Lei “Maria da Penha”, nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 que a classifica em cinco tipos: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A Lei ainda define, no Artigo 8º, Inciso III, “respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar” (BRASIL, 2006). Os meios de comunicação têm papel fundamental no processo de conscientização da população. No entanto, esse tipo de pauta não ocupa muito espaço no jornalismo diário da grande mídia, ocupada em narrar os acontecimentos 5 cotidianos, exceto pelos casos extremos, como os de feminicídio. Segundo Kovach e Rosenstiel (2004), uma das funções do jornalismo, além de comunicar a verdade e dar voz àqueles sem voz, é fornecer informações para que os cidadãos possam ser livres e se autogovernarem. Pela complexidade e gravidade do assunto, uma das alternativas para a cobertura é o jornalismo especializado, aquele voltado a uma temática ou público específicos. E, com o objetivo de colaborar com a discussão que circunda os relacionamentos abusivos e também as suas consequências, o livro-reportagem “Sobrevivendo a um Relacionamento Abusivo” reuniu relatos de pessoas que vivenciaram situações pertinentes à temática abordada. Cada relato foi construído em forma de narrativa para contar a história de suas vidas antes, durante e depois desse relacionamento, preservando as identidades das pessoas citadas, bem como datas e locais. O principal objetivo foi o de mostrar histórias de superação inspiradoras para outras pessoas vítimas desse tipo de relação e também para quem nunca viveu algo parecido, mas deseja saber mais e conhecer exemplos reais. A reunião dos relatos coletados a partir de entrevistas resultou num livro reportagem do tipo perfil que, segundo Lima (2009), destaca o lado humano de uma personagem pública ou anônima. Portanto, a temática do livro-reportagem são os relacionamentos abusivos, contando a trajetória de três pessoas que sobreviveram a este tipo de relacionamento. Para compor o livro, foram entrevistadas cinco pessoas que contaram suas histórias: quatro mulheres e um homem. Duas das mulheres passaram por desdobramentos dos seus antigos relacionamentos durante a realização deste trabalho e, por esse motivo, seus relatos foram suprimidos do produto final para manter-se alinhado à proposta inicial de contar histórias de quem deixou tal relacionamento para trás. O livro-reportagem é um produto jornalístico, caracterizado por Pessa (2009) como impresso e não periódico que apresenta reportagens em grau de amplitude superior ao tratamento nos meios de comunicação periódicos. Como sendo narrativo e com maior profundidade no tratamento no tema, permite um trabalho mais elaborado, sem a urgência da notícia factual, explorando técnicas e estilos textuais que permitam a impressão de detalhes no texto que ajudam a obter uma nova visão sobre o assunto. Os relacionamentos abusivos precisam ser debatidos, mas não de forma sensacionalista ao expor as desgraças causadas por eles, e sim falando sobre o 6 tema, seu impacto na vida de quem passa por isso e as consequências. Este livro reportagem tem como objetivos específicos oferecer informação e exemplos para a sociedade, estimular o diálogo a esse respeito, ouvir o que as pessoas que saíram de relações abusivas têm a dizer e informar possíveis soluções. Todas as cinco fontes foram entrevistadas em Aracaju/SE, entre os meses de junho e setembro, e seus relatos serviram de matéria-prima para a redação do texto narrativo sobre suas experiências. Dos três relatos selecionados, foram definidos os pontos de partida e fechamento de cada relato, de acordo com a permissão de cada uma das fontes, para que o texto contenha um início, desenvolvimento e desfecho. A narração do “depois” foi a responsável por trazer o processo de superação após o fim do relacionamento abusivo, algo correspondente ao “final feliz” das estórias dos livros. Afinal, essas histórias destes verdadeiros sobreviventes podem servir de exemplo de força e de coragem para enfrentamento da violência, do preconceito, do comodismo, da apatia e do machismo que circunda a discussão sobre o tema. Essas vozes foram ouvidas e projetadas e o livro resultante deste projeto é mais um meio para se falar nesse assunto. Um pequeno passo nessa luta, é verdade, mas ainda assim, uma forma de colaborar com o fim dos relacionamentos abusivospt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.subjectviolênciapt_BR
dc.subjectrelacionamentos abusivospt_BR
dc.subjectvítimaspt_BR
dc.subjectciúmept_BR
dc.subjectdesequilíbrios psicológicos.pt_BR
dc.subjectdesrespeitopt_BR
dc.titleSobrevivendo a um relacionamento abusivopt_BR
dc.typeTCCpt_BR
dc.description.localpubAracajupt_BR


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