Anti-inflamatório não esteroidal de uso veterinário
Abstract
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são medicamentos amplamente
utilizados sendo muitas vezes comercializados sem necessidade de prescrição. O
objetivo do presente trabalho foi avaliar o uso de AINEs em animais e problemas
associados a esta terapêutica, como avaliar a utilização de AINEs em animais
considerando seu uso sem prescrição veterinária, a adequação das formas
farmacêuticas disponíveis no mercado para a terapia veterinária, as principais
aplicações terapêuticas desta classe de medicamentos, bem como os riscos
oferecidos pela medicação. Foi realizado um questionário de 16 questões, o qual foi
respondido por 24 médicos veterinários. Como resultado, foi observado que o anti inflamatório mais utilizado foi o meloxicam (citado por 91,1% dos veterinários). Mais
de 40% dos veterinários relataram a administração destes medicamentos pelos
cuidadores, sem a devida prescrição do profissional, perfil este representado por mais
da metade dos clientes. A forma farmacêutica mais citada foi o comprimido, porém foi
relatado dificuldades na administração do medicamento, sendo a principal causa
relatada pelos profissionais a dificuldade de deglutição do animal. Este tipo de
medicamento pode ser encontrado em estabelecimentos veterinários, casas
agropecuárias, além de farmácias e drogarias, sendo estas últimas citadas em menor
proporção. A utilização de AINEs para uso veterinário é realizada muitas vezes sem
diagnóstico e prescrição profissional, mesmo os profissionais relatando que existem
riscos ao animal. O acesso a esta classe terapêutica ocorre em vários
estabelecimentos não farmacêuticos, fragilizando ainda mais a segurança e
ampliando o risco de efeitos tóxicos e não desejados. Os prescritores citam o amplo
uso da classe, porém mesmo sabendo das limitações para administração em animais
(posologia não personalizada e dificuldades de apresentação), não possuem a
percepção da possibilidade de melhoria das formas farmacêuticas por meio da
obtenção do produto pela farmácia magistral. A manipulação de medicamentos pode
atender a forma farmacêutica mais fácil de ser administrada (forma, tamanho, etc),
além de possibilitar a dose específica indicada pelo profissional, obedecendo às
características e individualidades de cada espécie.