O ensino da língua portuguesa e o aluno deficiente auditivo.
Abstract
A deficiência auditiva ou é congênita ou adquirida, ocorrendo, neste último caso,
mais ou menos precocemente durante a vida do paciente. Segundo Salles (2000, p. 65), ela
afeta “...o desenvolvimento da criança e a vida do adulto, razão pela qual é de fundamental
importância o desenvolvimento de ações de prevenção, através do impedimento de sua
instalação, do diagnóstico e da intervenção precoces.”
Durante o primeiro ano de vida, aproximadamente, toda criança de audição
normal ou não, produzirá uma variedade bastante grande de sons. É o balbucio,
caracterizado pela repetição freqüente de uma sílaba (consoante e vogal).
O prazer do balbucio, que em primeira instância vem do sentido do movimento
dos órgãos fonoarticulatórios, nas crianças ouvintes é logo ampliado pelo fato da criança
ouvir suas próprias emissões sonoras. A criança ouve o som que produz, e tenta repetí-lo
porque isto lhe dá prazer.
Nas crianças portadoras de deficiência auditiva, o balbucio se desenvolve
geralmente na idade normal, e se mantém por algum tempo. Mas, enquanto numa criança
ouvinte o “feedback” auditivo começa a assumir certa importância e com isto há um
reforço na atividade do balbucio, o que se observa nas crianças portadoras de deficiência auditiva é uma diminuição do balbucio justamente devido à ausência do estímulo sonoro, quer do estímulo auditivo do próprio balbucio, quer do estímulo auditivo externo
proveniente da fala do adulto, segundo Stainback (1999, p. 80).