O preconceito linguístico na escola.
Abstract
O preconceito lingüístico dentro da escola apresenta-se como um grande problema
educacional porque, ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português falado no
Brasil, tenta impor sua norma lingüística como se fosse ela, de fato, a língua comum a todos
os brasileiros, independentemente de sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação
socioeconômica e de seu grau de escolarização. Ficou patente ao longo desta pesquisa que as
manifestações de intolerância contra os indivíduos que se utilizam das variações
estigmatizadas da língua, geralmente estão associadas às diferenças sociais encontradas na
hierarquia de nossa sociedade, revelando também aspectos diretamente ligados à qualidade da
educação que é ofertada a cada um destes grupos. Grande parte dos educadores e gramáticos
muitas vezes não querem enxergar que, não reconhecendo o valor da língua cotidiana, falada
em todo o país, com a singularidade de seus regionalismos e demais aspectos, estão agindo de
forma parcial e preconceituosa, esquecendo-se de que o ensino da língua materna deve estar,
em primeiro lugar, preocupado com a qualidade de vida e inserção social dos falantes,
trabalhando com as possibilidades significativas dos recursos lingüísticos e suas condições de
uso, com o fito de viabilizar a produção e a compreensão de textos, que vão servir como meio
de comunicação dentro da escola ou na vida cotidiana dos educandos, devendo ser este o
papel principal destes educadores.