Filmes bioativos de colágeno contendo própolis verde e vermelha como substituto dérmico para queimaduras cutâneas: avaliação in vivo
Abstract
Alguns estudos têm sido bem sucedidos na incorporação de produtos naturais em
filmes bioativos de colágeno, a fim de melhorar a cicatrização de feridas e
queimaduras. Além disso, foi demonstrado que a própolis verde brasileira apresenta
uma gama de atividades biológicas, tais como propriedades cicatrizantes, mas não há
relatos sobre a variedade vermelha brasileira. O objetivo deste estudo foi avaliar as
propriedades cicatrizantes de filmes bioativos de colágeno contendo própolis brasileira
verde e vermelha em queimaduras em roedores. Dispersões filmogênicas de colágeno
foram obtidas de tendão bovino utilizando polietilenoglicol como plastificante, contendo
extratos hidroalcoólicos de própolis verde e vermelha. Posteriormente, queimaduras
de 1cm² foram realizadas no dorso de 125 ratos Wistar, divididos em cinco grupos (n =
25) de acordo com o substituto dérmico: CTR (controle), COL (filme bioativo de
colágeno), GPa e GPb (filme bioativo de colágeno contendo 0,5 e 1,0% de própolis
verde, respectivamente) e RP (filme bioativo de colágeno contendo 0,5% de própolis
vermelha). Os animais foram eutanasiádos após 3, 7, 14, 21 e 30 dias, e a reação
inflamatória, colagenização e diferenciação de miofibroblastos foram avaliados
histologicamente. Os dados foram comparados com o teste ANOVA e post-hoc de
Tukey. (α=5%). Em 7 e 14 dias, GPa, GPb e RP apresentaram redução do número de
neutrófilos e da intensidade da reação inflamatória, respectivamente, mas apenas RP
apresentaram formação de tecido de granulação rico em fibroblastos maduros. A
epitelização foi mais avançada em GPa, GPb e RP em 7, 14 e 21 dias (p <0,05), e a
média de miofibroblastos foi maior em RP em 14 e 21 dias (p <0,05). GPa, GPb e RP
mostraram uma substituição mais rápida do colágeno tipo III por tipo I em 14 dias, e
melhorou a densidade da colagenização em 21 e 30 dias. No entanto, apenas em RP,
os feixes de colágeno se mostraram grosseiramente entrelaçados semelhantes ao
arranjo dérmico normal. Concluiu-se que a utilização de filmes bioativos de colágeno
contendo as duas variedades de própolis brasileira melhoraram o processo cicatricial,
e que a própolis vermelha, proporcionou melhores resultados do que o verde.