OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA DE GLIFOSATO PADRÃO E EM FORMULAÇÃO COMERCIAL CONTIDO EM EFLUENTES AQUOSOS
Abstract
O glifosato é o pesticida químico mais vendido no mundo e tem contribuído muito para o
rendimento das plantações. Entretanto, a indústria de pesticidas tem sido responsável pela
contaminação do meio ambiente por diferentes formas: infiltração de solos, lixiviação e
descarte de recipientes. Estudos têm mostrado que o glifosato é tóxico para o ser humano,
portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de metodologias para a sua degradação. Os
processos oxidativos avançados são opções para diminuir contaminantes orgânicos até limites
aceitáveis, pela geração do radical hidroxil ( OH), que é altamente reativo com compostos
orgânicos. Dentre os POA, o método escolhido neste trabalho para mineralização do glifosato
foi a oxidação eletroquímica (OE). Neste método os compostos orgânicos podem ser oxidados
por transferência de carga direta no ânodo ou oxidados pelo OH eletrogerado. Foi realizado
um estudo comparativo de dois ânodos: uma placa de Si/DDB (Diamante Dopado com Boro) e
um ânodo expandido DSA® (DeNora, Brasil). O cátodo utilizado foi uma placa perfurada de
aço inoxidável (316). A OE foi estudada quanto à sua aplicabilidade na mineralização do
glifosato com uma concentração inicial de 100 mg.L-1 de Carbono Orgânico Total (COT). Para
tanto, foram avaliados os seguintes parâmetros: efeito da variação da densidade de corrente (j),
do pH, do eletrólito suporte e suas respectivas concentrações sobre o desempenho no
decaimento do COT. A reação atingiu quase 100% de mineralização em 3 h de eletrólise com
o ânodo de DDB, densidade de corrente de 40 mA.cm-², pH 3 e o cloreto de sódio (NaCl) a 0,15
M, mas afim de atingir os limites mínimos de reagentes para este trabalho e verificar os efeitos
sinérgicos associados a outros processos estudados foi escolhido o ânodo de DDB, aplicando
uma densidade de corrente de 10 mA.cm-², pH 3 e NaCl a 0,05 M. Foram identificados os
subprodutos AMPA (ácido aminometilfosfônico), a sarcosina e o ácido oxálico utilizando
técnicas cromatográficas. A melhor condição da OE foi aplicada nos processos eletro-Fenton
(EF), fotoeletro-Fenton assistido (FEF) e fotoeletro-Fenton solar (FEFS).