EPIDEMIOLOGIA DA TOXOPLASMOSE EM MULHERES ATENDIDAS POR PROGRAMA DE PROTEÇÃO ÀS GESTANTES EM SERGIPE
Abstract
Este estudo analisou aspectos epipdemiológicos da toxoplasmose em mulheres do estado de Sergipe atendidas pelo Programa de Proteção às Gestantes. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal com abordagem quantitativa. Os dados secundários foram coletados no Laboratório Central de Saúde Publica de Sergipe a partir dos relatórios de resultados de exames anti-toxoplasma realizados de janeiro de 2014 a setembro de 2015. Os dados primários foram coletados com 186 gestantes atendidas no serviço Estadual de Pré-Natal de Alto Risco de novembro a dezmebro de 2016. Foi verificado que 17.171 gestantes realizaram exame sorológico para detecção de anticorpos Imunoglobulina G (IgG) e Imunoglobulina M (IgM) anti-toxoplasma no período estudado. A prevalência de gestantes com IgG imune foi de 48,09% com IC 95% [47,35;48,84]. Já entre as não imunes, a prevalência foi de 18,48% com IC 95% [17,91; 19,07]. Os demais resultados foram classificados de acordo com parâmetros do laboratório em: inconclusivos (1,97%), indeterminados (5,53%), over (2,52%), estornados (0,05%). Houve ausência de informações em 23,35% dos resultados. Quanto a presença de anticorpos IgM, verificou-se prevalência de resultados reagentes em 180 gestantes (1,05%) com IC 95% [0,91; 1,21]. Do total de 8.206 gestantes com IgG imune, 1225 (14,9%) eram do alto Sertão, 534 (6,5%) do médio sertão, 889 (10,8%) do Agreste Central, 1388 (16,9%) do Baixo são Francisco, 369 (8,4%) da região Leste, 735 (9%) do Centro Sul, 1708 (20,8%) do Sul, 1034 (12,7%) da Grande Aracaju. Proporcionalmente ao número de gestantes por região geográfica, o Leste Sergipano apresentou maior prevalência (79%) de anticorpos IgG enquanto que o Agreste Central apresentou maior prevalência de gestantes suscepitíveis (32%). A idade foi informada somente nos 3.151 resultados emitidos a partir de maio a setembro de 2015 e teve mediana de 23 anos (19-29). Foi verificada uma associação significante (p= 0,031) e encontrada uma prevalência de IgG imune maior entre as mulheres acima dos 40anos e não imunes na faixa etária até 20anos. Na associação entre a presença de anticorpos anti-toxoplasma e as variáveis independentes não foi encontrada significância estatística. Entretanto, observou-se uma tendência na associação da presença de anticorpos anti-toxoplasma com o consumo de carne crua ou mal cozida. Os resultados encontrados mostram a extensão da toxoplasmose em gestantes de Sergipe e indicam a necessidade de realização de ações permanentes e efetivas de controle desta infecção aprasitária.