A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA REDE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE DE ARACAJU
Abstract
Síndrome de Burnout caracteriza-se por exaustão emocional, despersonalização e baixa
realização pessoal sendo reconhecida como um grande problema que afeta a qualidade de vida
de profissionais principalmente da saúde, educação e serviços humanos. A Atenção Primária
em saúde desenvolvida mediante trabalho em equipe, dirigido a populações de territórios bem
delimitados e que deve resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância com
exigência de atuar com o elevado grau de contato interpessoal, o que pode refletir em risco de
desenvolvimento de Síndrome de Burnout. Este estudo objetivou verificar a prevalência de
SB em profissionais de nível superior na Atenção Primária de Aracaju, conhecê-los sóciodemograficamente,
levantar os fatores associados e averiguar se existe diferença da
ocorrência de SB entre os profissionais. Foi um estudo epidemiológico transversal com
abordagem quantitativa mediante a utilização de questionários individuais auto-aplicáveis: um
para dados sócio-demográficos e o Inventário de Maslach para o Burnout para Pesquisa em
Serviços de Saúde. Análise estatística utilizou frequências simples e relativas para as variáveis
categóricas e as numéricas foram descritas como média, desvio padrão e intervalo de
confiança para 95%. Para o teste de hipóteses, considerando as variáveis categóricas, foi
aplicado o teste Qui-quadrado de Pearson. A comparação entre dois ou mais grupos (Elevado
risco x Moderado risco x Reduzido risco) foi realizada através de ANOVA com um fator,
seguido do pós-teste de Tukey para as variáveis quantitativas. O nível de confiança foi 0,05
para erro α e poder de 0,80 e os testes assumidos como bicaudais. Para os cálculos
estatísticos empregou-se o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão
19.0 para teste. Resultados: idade média de 44,9 ± 10,5 anos, maioria enfermeiros (37%),
feminino (83,5%), casados (65,5%), com filhos (70,6%) e pós-graduação (68%). A
prevalência de SB variou de 6,7% a 10, 8%. Fatores associados: idade mais jovem, não ser
casado, ter carga horária excessiva e insatisfação com a profissão. Não houve diferença
significativa entre as quatro categorias profissionais pesquisadas. Conclusão: os profissionais de saúde da Rede de Atenção Primária de Aracaju com Síndrome de Burnout, não foram a
maioria, no entanto foi alto o índice dos que apresentaram predisposição para desenvolver
esta síndrome chamando atenção para um processo vigente de adoecimento destes
profissionais.