A ciência dos memes e os memes da ciência: divulgação científica e educação na cultura digital
Abstract
Produzidos por meio da liberação da autoria, criatividade e da conectividade através
de smartphones e outros dispositivos digitais móveis, os memes se notabilizam na
contemporaneidade como expressão de crítica, deboche, ironia a algo ou alguém
mais ou menos conhecido. Sua replicação na internet e sua natureza pontual
potencializam a superficialidade das informações, mas, também, amplificam a
velocidade de propagação delas. No entanto, como um fenômeno resultante de
experiências compartilhadas de sentido, um meme pode se tornar um tema gerador
de autoria, interlocução, colaboração e aprendizagem. Isso posto, esta tese tem
como objetivo geral: Analisar os memes produzidos e replicados a partir do
conhecimento científico e como produzem efeito na linguagem, no formato e no
discurso da divulgação científica na cultura digital. Como metodologia utilizou-se a
pesquisa bibliográfica, para a discussão sobre cibercultura, divulgação científica e
educação e a pesquisa netnográfica com observação direta, na coleta de dados para
a analise da cultura digital efetivada pela produção e replicação de memes sobre
ciência a partir de duas páginas do Facebook. Deste modo, foi possível concluir que:
os memes efetivam um deslocamento na produção da divulgação cientifica uma vez
que podem informar a população sobre temas de ciência; Possibilitam a promoção
do debate sobre os diversos aspectos (políticos, econômicos, sociais etc.) que
influenciam a Ciência; Fazem com que o público não especializado tenha uma visão
crítica da Ciência (de acordo com seus modos de ler e interpretar); Podem combater
as pseudociências, mostrando as respostas para as grandes questões em debate;
Podem mostrar os processos, os personagens e as controvérsias envolvidos na
atividade científica e nos fatos científicos e promovem uma aproximação entre
ciência e sociedade, especialmente, pela mediação cômica de sua linguagem.