Formação de professores de educação física nos estados de Sergipe e Massachusetts: necessidades contemporâneas de inclusão de pessoas com deficiência
Abstract
Essa tese foi estruturada a partir do interesse em entender a formação de professores
de Educação Física no contexto da educação de pessoas com deficiência, em países
e instituições distintas, a fim de identificar diferenças e semelhanças que pudessem
contribuir de forma mútua nos processos formativos acadêmico-profissionais. A
pesquisa buscou, através do seu objetivo geral, compreender, sob a perspectiva da
educação comparada, como são formados os professores de Educação Física que
atuam com pessoas com deficiência no Brasil e nos Estados Unidos. A escolha dos
dois países e das duas instituições partiu da parceria existente entre a Universidade
Tiradentes, localizada no Brasil, e a Universidade de Massachusetts/Boston, nos EUA,
sendo selecionada como local de pesquisa a Springfield College. Trata-se de um
estudo sob a ótica da educação comparada, onde foram analisados documentos
oficiais dos dois países e das duas instituições que subsidiam a formação dos
professores de Educação Física, assim como a realização de entrevistas com os
docentes das disciplinas de Educação Física para pessoas com deficiência/Unit e
Programação de Educação Física adaptada/SpringField. As análises consideraram as
seguintes categorias como referencial teórico: formação de Professores de Educação
Física para PcD com Caltadi (2013), no Brasil, e Diniz-Pereira, nos EUA (2008);
Educação Física para PcD no Brasil a partir de Carvalho (2014), Graber e Junghwan
(2016), nos EUA. Como resultados, foi possível verificar que há uma preocupação
constante com a inclusão educacional nos dois países, mas se faz necessária uma
reflexão sobre a própria concepção pedagógica dos docentes formadores, dos
estudantes de graduação e das políticas sociais de inclusão. A pesquisa expôs que a
formação de professores de Educação Física para atuar com pessoas com deficiência
deve ser vista de modo amplo, nunca de forma isolada com um mecanismo
pedagógico próprio que dê conta de todos os aspectos formativos no âmbito da
inclusão. O estudo apontou, ainda, que a carga horária das disciplinas com saberes
específicos para pessoas com deficiência é insuficiente para trabalhar os conteúdos
pertinentes à essa área educacional e há pouca ou nenhuma articulação dos assuntos
específicos para pessoas com deficiência nas demais disciplinas do currículo.