Avaliação do conhecimento e percepção dos fisioterapeutas acerca dos cuidados paliativos.

Abstract

O cuidado paliativo é definido como a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar frente a uma doença ou condição que ameace a vida do paciente, visando conforto, bem estar e alívio ou prevenção de sintomas, como dor, impactos sociais e psicológicos. Esta pesquisa justifica-se pela escassez de publicações nacionais e internacionais, abordando a atuação do fisioterapeuta nesta área, o que leva à necessidade de maior investigação. O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento e a percepção dos fisioterapeutas acerca dos cuidados paliativos, bem como entender como a paliação é aplicada no Brasil e quais as atribuições do fisioterapeuta nesta área. Trata-se de um estudo transversal, observacional e de campo, com abordagem quali-quantitativa. Utilizou-se um questionário elaborado pelas próprias pesquisadoras acerca desta temática, contendo quinze questões, sendo 14 de múltipla escolha e 1 subjetiva. Tais perguntas envolvem os seguintes domínios: formação acadêmica do profissional, conceito e princípios dos cuidados paliativos, atribuições do fisioterapeuta, benefícios desses cuidados, e enfrentamento do profissional para com a terminalidade da vida. Para esta pesquisa, foi utilizada uma amostra por conveniência, perfazendo um total de 150 fisioterapeutas que exerçam suas atividades laborais em âmbito hospitalar ou sistema de Home Care. Com este estudo, observou-se predomínio de fisioterapeutas do sexo feminino (75,3%), com média de idade de 20 a 30 anos. Foi notória a falta de informação sobre cuidados paliativos durante a graduação (90,7%), bem como a ausência de contato com pacientes paliativos durante o estágio obrigatório (52,7%) e a carência de instrução de como se portar e se comunicar com o paciente paliativo e seus familiares (75,3%). Além disso, 69,3% dos fisioterapeutas relataram conhecimento razoável sobre paliação, sendo a palavra “conforto” a mais citada (31,4%) para caracterizar cuidados paliativos (31,4%). Com isso, sugerem-se novos estudos que apresentem a importância do fisioterapeuta frente aos cuidados paliativos, uma vez que representam uma de suas atribuições, sendo esta necessária para que o mesmo seja inserido na prática clínica com mais evidências científicas.