Eficácia da aromaterapia na redução dos níveis de ansiedade em pacientes expostos à fatores estressores crônicos: uma revisão sistemática

Abstract

A presença de uma ou mais patologias dentro de um quadro clínico, em grande parte, está interconectada com o estado emocional, ou seja, inferem uma sobre as outras. Nessa perspectiva, a ansiedade, ou os transtornos de ansiedade, põe-se como um cofator não desejado em boa parte das doenças, como as cardiovasculares ou os transtornos mentais, uma vez que estas são agravadas com o aumento dos níveis de ansiedade ou acabam contribuindo como fator ansiogênico. Nos últimos anos a aromaterapia tem se mostrado uma eficiente terapia complementar para a redução dos níveis de ansiedade. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou avaliar a eficácia da aromaterapia, com ênfase nos parâmetros fisiológicos, na melhora da ansiedade em pacientes com comorbidades ou fatores estressores crônicos, a partir de uma revisão sistemática seguindo a estratégia PICOS utilizando como base dados a PubMED, SciELO e LILACS. Foram encontrados 32 artigos na busca inicial dos quais 5 preencheram os critérios de inclusão. Estes demonstraram que a aromaterapia tem efeito positivo na redução da ansiedade, avaliada pelos testes STAI-state e HADS-A, e de alguns parâmetros fisiológicos associados ao transtorno, como frequência cardíaca e respiratória. Contudo, a relação óleo essencial × concentração × via de administração × tempo de administração × efeito terapêutico sobre a ansiedade foi inconclusiva. De acordo com os estudos, foram observadas preferências por aromas cítricos e do óleo essencial da Lavandula angustifólia. Quanto à forma de aplicação, a administração via inalação indireta foi a mais adotada, embora por massagem seja descrita com maiores resultados devido ao efeito sinérgico entre a absorção dérmica e a inalação via sistema olfatório. A maior parte dos estudos obteve boa qualidade metodológica com baixo risco de viés. O estudo identificou que a aromaterapia é efetiva na redução da ansiedade e dos parâmetros fisiológicos, mesmo em pacientes expostos à fatores ansiogênicos crônicos. Mas, os resultados foram inconclusivos para determinar uma estratégia padronizada. Estes resultados mostram a necessidade de aprofundamento no tocante às variáveis farmacocinéticas e farmacodinâmicas a fim de melhor utilizar essa terapia no público geral ou em casos hospitalizados.