dc.description.abstract | Diante da crescente busca por fontes renováveis de energia que possam suprir às demandas atuais e
futuras provenientes de combustíveis fósseis, como é o caso do petróleo e de seus derivados, existe um
grande interesse a nível nacional e mundial em aumentar os estudos voltados para essa área.
Consideráveis pesquisas têm sido realizadas para agregar valor aos resíduos provenientes da extração
de óleo vegetal utilizando diferentes oleaginosas. Em decorrência da sua excelente característica
físico-química e do aumento expressivo da sua produção nas últimas décadas no Brasil, as sementes de
girassol (Helianthus annuus L.) apresentam grande potencial, como matriz vegetal oleaginosa, na
inserção da cadeia de produção de biodiesel. Entretanto, o crescente volume da produção de sementes
de girassol necessário para atender às demandas da produção desse biocombustível promove a geração
de um excedente (torta) ainda pouco explorado em termos de reutilização na cadeia produtora de
biodiesel. Portanto, este trabalho requer uma atenção especial no sentido da adoção de uma técnica de
beneficiamento, como a termoliquefação, que permite agregar valor à torta de girassol através da
produção do bio-óleo, conservando suas características físicas e químicas. Dentro desse contexto, esse
trabalho tem por objetivo submeter a torta, resultante do processo de extração de óleo das sementes de
girassol da variedade Embrapa 122, a um processo de termoliquefação visando obter um bio-óleo com
características próximas às do biodiesel. Na unidade de extração a alta pressão, os experimentos foram
conduzidos utilizando os solventes etanol, acetato de metila, acetato de etila, propano e misturas de
solventes. As temperaturas e pressões investigadas foram entre 20 e 60ºC e de 50 a 150bar,
respectivamente, com uma vazão de solvente de 1ml.min-1, enquanto que na extração por Soxhlet foi
utilizado o hexano como solvente na sua temperatura de ebulição com um tempo de extração de 12h.
A análise comparativa dos métodos de extração com base nos valores do tempo de extração e
rendimento demonstrou que a técnica empregando extração a alta pressão tem maior potencialidade
para retirar compostos em um menor tempo. A condição experimental que apresentou o melhor
rendimento em massa de óleo extraído (43,14%) foi utilizando propano puro na temperatura de 60ºC e
pressão de 150bar. A taxa de extração de óleo das sementes de girassol foi mais lenta quando o etanol
foi utilizado como solvente. O efeito da temperatura sobre o rendimento em óleo extraído foi
praticamente desprezível quando foram empregados acetato de etila e acetato de metila. Estes dois
solventes forneceram rendimento em óleo semelhante ao propano puro. A torta resultante da extração
foi submetida a um processo de termoliquefação em uma unidade de bancada semi-contínua, na faixa
de temperatura entre 250 a 550ºC, e taxa de aquecimento entre 5 e 30°C.min-1. O efeito destes
parâmetros foi avaliado em termos de rendimento e composição química do bio-óleo obtido. O
solvente utilizado foi etanol a uma vazão de 1ml.min-1, com um tempo de residência de 30 minutos e
pressão de 150bar. Os resultados obtidos mostraram os melhores rendimentos de bio-óleo de 74,7 e
73,52% nas taxas de 5 e 30°C.min-1 em temperaturas de 550 e 400°C respectivamente. O perfil
químico do bio-óleo produzido foi determinado por GC/MS e apresentou diversas classes de
compostos prevalecendo os ésteres e os hidrocarbonetos. | pt_BR |