DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DE FOCOS ESQUISTOSSOMÓTICOS EM ÁREAS URBANAS DO ESTADO DE SERGIPE/BRASIL
Abstract
As populações humanas e os parasitas do gênero Schistosoma convivem no mesmo ambiente desde o inicio das alterações antrópicas que geram, até a atualidade, condições para o ciclo do Schistosoma mansoni causador da esquistossomose intestinal. É a única espécie encontrada no Brasil e presente em outros 54 países. Neste trabalho estudou-se a dinâmica populacional e espaço-temporal de hospedeiros intermediários de seis focos esquistossomóticos em três municípios litorâneos do Estado de Sergipe: Aruana, Coqueiral, Japãozinho e Soledade no município de Aracaju; Loteamento Parque dos Faróis no município de Nossa Senhora do Socorro e Baixa da Divinéia no município de São Cristóvão. Os pontos de coleta foram marcados com GPS e moluscos foram coletados mensalmente num período que variou de 12 a 24 meses, destes foi verificada a positividade para Schistosoma mansoni pela exposição à luz incandescente e verificado o diâmetro maior da concha. Dados de precipitação mensal foram obtidos para o período em estudo. Verificou-se para todos os pontos de coleta a presença de coliformes fecais pelo método de tubos múltiplos. Para as análises estatísticas foram utilizados os testes de ANOVA (one-way) e Tukey. Foram coletados um total de 23.782 moluscos dos quais 421 moluscos (1.8%) estavam infectados por Schistosoma mansoni. A maior quantidade de moluscos foi coletada no Parque dos Faróis (12.396 - 52.1%), que apresentou também a maior taxa de moluscos infectados. A espécie de hospedeiro intermediário encontrada em todos os pontos foi identificada como Biomphalaria glabrata (Say, 1818). A análise da água revelou índices de coliformes fecais superiores ao disposto para águas doces Classe III segundo resolução da CONAMA 357/2005. Foram observadas diferentes interferências de ações antrópicas e da pluviosidade na abundância de moluscos nos locais de coleta tanto para o aumento quanto para a redução do quantitativo de B. glabrata. De maneira geral todos os locais de coleta mostraram ser influenciados individualmente de forma diferente tanto por ações antrópicas e quanto por regime de chuva. Diante do exposto fica nítida a necessidade de se estudar as variações temporais e espaciais a nível local de cada foco para melhor entendimento dos processos que envolvem a dinâmica de focos ativos/potenciais de esquistossomose para aplicação de medidas de controle específicas para cada área.