EPIDEMIOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE E CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO EM ÁREA PERIURBANA DE SERGIPE
Abstract
A esquistossomose é uma doença infecto parasitária endêmica em áreas tropicais
encontrada em 76 países. Estima-se que 779 milhões de pessoas estão sob o risco de
infecção e 207 milhões estão infectadas em todo o mundo. No Brasil a esquistossomose
mansônica atinge entre 2,5 a 6 milhões de indivíduos sendo que 25 milhões de pessoas
vivem em área de risco. No nordeste brasileiro esta parasitose atinge índices
hiperendêmicos nos Estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe. O fator principal
que contribui para a manutenção do seu processo de transmissão é a contaminação das
coleções hídricas por fezes humanas fruto das deficiências de infra-estrutura sanitária e
ambiental. Assim este estudo se propôs a refletir sobre a epidemiologia da
esquistossomose, identificar os hábitos de risco, compreender a dinâmica de transmissão e
analisar os saberes acerca da doença e o grau do envolvimento dos Programas de Atenção
a Saúde no Conjunto Habitacional Parque dos Faróis no Estado de Sergipe. Este estudo é
descritivo, transversal, quali-quantitativo com amostragem intencional compostos por 200
indivíduos, membros de um universo de 142 famílias. Utilizaram-se dados secundários do
ano de 2003-2008 e dados primários dos anos de 2009-2010 coletados por meio de
entrevistas. Na análise destes dados foi utilizado o teste estatístico qui-quadrado,
assumindo um nível de significância de 0,05%, a partir do pacote estatístico SPSS 16.0. A
área em estudo apresenta carência de saneamento básico, é considerada de média
endemicidade para esquistossomose. A doença acomete com maior freqüência o sexo
masculino em todas as faixas etárias, com maior tendência entre jovens e indivíduos com
baixo nível de escolaridade e renda. Os principais focos de contaminação é o rio pelo lazer
entre os jovens de 7 a 28 anos e os canais através do contato acidental. A maioria dos
acometidos tem conhecimento da sua infecção e insuficientes informações sobre a etiologia
e medidas preventivas de combate e controle da esquistossomose. As ações de saúde para
o controle da doença é pouco resolutiva pela falta da integração dos Programas de Atenção
Primária a Saúde, havendo a necessidade de mobilização comunitária e intensificação das
ações em saúde como uma das formas para reduzir a prevalência da doença.