PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR AFOGAMENTO NO ESTADO DE ALAGOAS – BRASIL NO PERÍODO DE 2000 – 2008
Abstract
Ao longo da história da humanidade a água tem sido considerada tanto como fonte de vida quanto como fator preponderante para o desenvolvimento, seja na economia, saúde, geração de energia, lazer entre outros. No aspecto lazer a frequência de banhistas é cada vez maior em ambientes aquáticos. Este crescimento de demanda a esses ambientes faz aumentar, de forma silenciosa, os casos de óbitos por afogamento, estima-se que, no mundo, a cada ano, meio milhão de pessoas morrem por afogamento, sendo que 260.000 são crianças. No Brasil, ocorrem cerca de 1,3 milhão de casos de afogamento, destes, quase oito mil chegam ao óbito e cerca de 65% são crianças entre 5 e 14 anos. Assim sendo, este trabalho delineou o perfil epidemiológico dos casos de óbitos por afogamento no estado de Alagoas - Brasil. Para obtenção dos dados foi realizado um estudo epidemiológico de tipo transversal, utilizando os registros de arquivos dos óbitos por afogamento, no período de 2000 a 2008, disponibilizado pelo Instituto Médico Legal do Estado de Alagoas. Para análise dos resultados foi utilizado o programa SPSS 16.0, utilizando os testes bivariados e de correlação entre as variáveis. Os resultados obtidos indicam que o total de óbitos por afogamento em Alagoas no período de 2000 -2008 foi de 1360, com uma maior frequência para o gênero masculino, sendo que a faixa etária mais afetada foi a de 20 a 40 anos e o período de maior ocorrência de casos é nos meses de novembro a março. Sendo classificado como morte por causa externa, o afogamento aparece como a terceira causa de morte no estado de Alagoas, atrás dos homicídios e acidentes de transito. A taxa de mortalidade por afogamento, sofreu flutuações ao longo do período, alcançando taxas acima de 6 por 100000 hab. A faixa etária de 0 a 14 anos responde por aproximadamente 25% das mortes por afogamento, sendo 80% na faixa de 1 a 14 anos. Em todas as faixas etárias, a maioria das mortes aconteceu em águas naturais. Os resultados mostram a necessidade de adoção de políticas publicas de prevenção que possam diminuir os risco de afogamento em todas as faixas etárias da população.