COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE BAIXO PESO E SOBREPESO EM ESTUDANTES ADOLESCENTES DO SUL DE SERGIPE
Abstract
Os distúrbios da composição corporal têm mobilizado um número cada vez maior de
pesquisadores das mais diversas áreas da ciência, e exigido destes uma abordagem
interdisciplinar na tentativa de gerar conhecimentos com qualidade suficiente para que
possam efetivamente contribuir para a diminuição da ocorrência desse que atualmente
se posiciona como um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não
transmissíveis. O propósito deste estudo, enfim, foi analisar comportamentos
associados ao baixo peso e ao sobrepeso em estudantes adolescentes do sul de
Sergipe, buscando identificar e analisar particularidades daquela população. Com este
intuito, realizou-se um levantamento descritivo-correlacional, junto a uma amostra de
648 estudantes de ambos os gêneros, entre 15 e 18 anos, que freqüentam as escolas
estaduais da região. O instrumento utilizado foi um conjunto de três questionários
validados de respostas objetivas, auto-administrado, composto por questões
destinadas à caracterização socioeconômica da amostra, mensuração do nível de
atividade física habitual, identificação dos comportamentos de ansiedade e depressão.
Além dessas informações, foram coletadas as medidas antropométricas da massa
corporal e estatura total. Os dados coletados foram tratados estatisticamente e o nível
de significância adotado foi “p < 0,05”. A análise dos dados resultou nas seguintes
conclusões: a) O estado nutricional dos escolares de 15 a 18 anos de idade do sul do
estado de Sergipe apresentou indicativos de uma situação de transição nutricional, a
qual se pode observar em algumas faixas etária risco de desnutrição por baixo peso e
significativas ocorrências de sobrepeso; b) a prevalência global de baixo peso foi de
3,39% e de sobrepesos 10,03%. Entre os gênero masculino as prevalências
observadas foram, para baixo peso, de 4,01% e de 8,95% para sobrepeso. Entre as
mulheres foram de 2,78% para baixo peso e de 11,11% para o sobrepeso; c) Em
relação ao nível de atividade física, a ocorrência de sedentarismo foi de 87,0% entre
os gênero masculino e de 90,1% entre as gênero feminino, classificando
conseqüentemente 13,0% de gênero masculino e 9,9% das gênero feminino como
“ativos”; d) A prevalência global de comportamento de ansiedade na população
estudada foi de 19,91%. Entre as gênero feminino a prevalência foi de 20,68%
enquanto que entre os gênero masculino foi de 19,14%; e) O comportamento de
ansiedade mostrou correlação significativa com o sobrepeso entre os gênero
masculino o mesmo não acontecendo com as gênero feminino; f) O estado de
depressão mostrou significativa correlação com o baixo peso e o sobrepeso entre os
gênero masculino. Nas gênero feminino essa correlação só foi significativa com
relação ao sobrepeso. A população pesquisada apresentou características e
particularidades que justificaram a construção da curva de referência IMC/idade
específica da região, apresentada neste trabalho. São propostas com base neste
estudo, a efetivação de estudos longitudinais com maior variação etária e de regiões;
estudos que incluam uma maior diversidade de comportamentos e fatores gerando a
possibilidade de intervenções que atuem de forma mais precisa nestas causas;
estudos elaboração, discussão e implementação de programas de promoção de
saúde no ambiente escolar.