O AUTO DA COMPADECIDA : A ESPERTEZA DO NORDESTINO COMO MEIO DE SOBREVIVÊNCIA (UNIT-SE)

Abstract

O presente artigo tem como objetivo analisar os personagens João Grilo e Padre João sob o viés da semiótica. João Grilo é um personagem tipicamente humano representado por um pobre miserável que precisou realizar muitas artimanhas para sobreviver diante de uma sociedade capitalista e preconceituosa, Padre João que negava seus princípios devido à ambição, só pensava em lucrar financeiramente ao invés de ser honesto diante de sua religiosidade. Tendo por base o estudo da semiótica, o presente artigo tem o intuito de observar a linguagem não só em seu uso, mas também em seu significado e sentido na peça, além de analisar a forma como a mesma se desenrola através da história destes personagens demonstrando o mundo a partir dos signos e símbolos criados por ele. Este trabalho foi fundamentado nas teorias da semiótica de Lucrecia D’Aléssio (1986), considerando o signo linguístico, mais notadamente a concepção semiótica de signo, uma interessante teoria e método acerca de como se dá o conhecimento. Aplicamos a teoria do signo literário e utilizamos a semiótica na compreensão das formas de comunicação e de significação que inclui a linguagem verbal articulada presentes na fala dos personagens. Dessa forma, compreendemos como as pessoas fazem uso da linguagem verbal e não verbal tanto para escrever como para falar e ouvir. Isso nos mostra que através do personagem João Grilo e Padre João, a figura do indivíduo sertanejo, não apenas traz a evidência do sofrimento, mas também a personalidade do ser humano dentro de uma realidade onde as pessoas acabam sendo desonestas para terem alguma alegria na vida, ou mesmo por terem uma má índole usando a mesma para corromper e prejudicar os outros.