dc.description.abstract | A presente tese tem por objetivo analisar os significados que
professores/pesquisadores de programas de Pós-graduação da Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS) atribuem à sua identidade como profissional, à
divulgação científica e à sociedade, e como as significações incidem em
responsabilizar-se, ou não, como divulgador de ciência. Assume como suporte teórico
e metodológico o Interacionismo Simbólico, na perspectiva de George Herbert Mead
(1863-1931), para iluminar os processos de elaboração e reelaboração das
compreensões e dos sentidos que sedimentam a temática da divulgação e a postura
do pesquisador frente ao desafio de divulgar ciência para o público não especializado.
A investigação é construída a partir do entendimento que a Educação constitui um
processo amplo e complexo de formação humana (building) junto ao outro e em atos
de interação social, portanto traz a potencialidade de mudanças na sociedade na
medida em que transforma o indivíduo. Trata-se de um estudo de cunho empírico com
a participação de oito pesquisadores que compõem as áreas do conhecimento, atuam
como professores permanentes de programas de pós-graduação e têm orientações
ativas. Os atores sociais compartilharam suas perspectivas em momentos de
entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados de modo intuitivo e com
suporte do IRAMUTEQ. As análises foram apresentadas em forma de mapas de
significados e árvore máxima com análise de similitude com e sem efeito halo. O
estudo engloba uma revisão bibliográfica da divulgação científica, do Interacionismo
simbólico e uma exposição dos principais conceitos de Mead e sua relação com a
construção das compreensões docentes sobre formação de si como profissional (self),
os modos como dão cabo de suas demandas acadêmicas e publicização dos
conhecimentos científicos produzidos (mind) e a sociedade que os circunda e onde
estabelecem relações de vivências e sobrevivências fora do círculo da acadêmica
(society). Como resultado, constatou-se que quanto mais os atores sociais se
compreendem cientistas mais se responsabilizam pelo ato de divulgar ciência para a
sociedade global não especializada e, por vezes, se culpam pela falta de tempo para
atender as demandas sociais. De outro lado, quanto mais próximas suas identidades
como profissionais estão para a docência mais a responsabilização da divulgação
cabe à universidade ou demais profissionais, sendo sua responsabilização voltada à
formação do homem consciente de si e respeitoso com outro e do ambiente. Para os
últimos, seu público-alvo são estudantes e, em alguns casos, determinadas
comunidades. | pt_BR |