| dc.description.abstract | A assistência de qualidade e humanizada é fundamental para a saúde materna e neonatal e para uma experiência de nascimento positiva, devendo ser considerada no planejamento de todo serviço de saúde materno-infantil e na avaliação da sua qualidade. Para uma assistência humanizada deve-se construir um novo olhar sobre o processo saúde-doença, que compreenda a pessoa em sua totalidade corpo-mente e construa uma cultura de respeito aos direitos humanos, entre os quais estão incluídos os direitos sexuais e os direitos reprodutivos, com a valorização dos aspectos subjetivos envolvidos na atenção. Uma experiência de nascimento positiva está associada a um aumento do vínculo mãe-filho e das habilidades maternas, contribuindo para seu senso de realização e autoestima, destacando a importância da avaliação da satisfação materna com o processo e fatores associados, como a dor, métodos para alívio e intervenções não recomendadas que podem associar o parto a uma experiência negativa e interferir no ajuste psicológico das mulheres no pós-parto. O estudo teve como objetivo analisar o nível de satisfação de parturientes na assistência ao parto vaginal, o quantitativo de mulheres submetidas à episiotomia e o nível de conhecimento acerca dos acontecimentos relativos ao trabalho de parto. Tratou-se de estudo exploratório com análises quali-quantitavivas com puérperas primíparas e multíparas atendidas em Unidades de Saúde da Família de Aracaju/SE. Foram entrevistadas 198 puérperas pós-parto vaginal atendidas em quatro Unidades de Saúde da Família. Os instrumentos foram subescalas Experiência Positiva e Experiência Negativa do “Questionário de Experiência e Satisfação com o Parto” (QESP) e um formulário para coleta de dados sociodemográficos e obstétricos. A maior parte das participantes tinha entre 18 e 35 anos, baixa escolaridade, convivia com o companheiro e não exercia atividade remunerada. A taxa de realização de episiotomia foi 65% (n=129) e houve relação entre a realização de episiotomia e menor satisfação com a experiência de parto. As participantes que não foram submetidas à episiotomia (p=0,0357), as que não planejaram a gravidez (p=0,0054), que não tiveram complicações no momento do parto (p=0,0485) e as que estavam em seu primeiro parto (p=0,0005) apresentaram percepção mais positiva em relação à confirmação de expectativas, autocontrole, autoconfiança, conhecimento, prazer e satisfação com a experiência de parto. As mulheres que não exerciam nenhuma atividade remunerada (p= 0,0010), as que tiveram laceração espontânea (p= 0,0045) e as que precisaram de sutura no primeiro e/ou nos partos seguintes (0,0199) apontaram ter mais medo, mal-estar e dor durante o trabalho de parto e parto. As puérperas classificaram o atendimento nas maternidades como bom (n=114) e a experiência de parto como satisfatória. Entretanto, afirmaram ter pouco controle da situação e medo durante o trabalho de parto, assim como a falta ou escassez de conhecimento acerca dos acontecimentos relativos ao trabalho de parto. Sugerem-se, com este estudo, intervenções com as mulheres para melhorar o nível de conhecimento das mulheres sobre o parto, as diferenças entre procedimentos rotineiros e seletivos e os direitos da gestante e com as equipes assistenciais abordando a temática da humanização, respeito ao parto e nascimento e a satisfação materna com o processo de parto. | pt_BR |
