| dc.description.abstract | O peixe palhaço Amphiprion ocellaris é uma espécie ornamental marinha com alto valor de mercado. A intensificação de seu cultivo em cativeiro promoveu o aumento de enfermidades devido a fatores estressantes por manejo inadequado. Infecções bacterianas estão entre as doenças mais comuns para peixes ornamentais. Para controlar estas infecções, muitos produtores utilizam de maneira errada antibióticos colocando em risco tanto o meio ambiente quanto a saúde pública. Por este motivo existe uma necessidade de medidas mais ecologicamente corretas tal como o uso de probióticos. Probiótico são microorganismos vivos suplementados a dieta que promovem benefícios ao seu hospedeiro tanto fisiológico quanto imunológico. Assim, objetivo do presente estudo foi avaliar o uso de bactéria autóctone com potencial probiótico no cultivo do peixe palhaço Amphiprion ocellaris. Inicialmente as bactérias com potencial probiótico foram isoladas do trato intestinal de 6 peixes palhaço e posteriormente submetidas a testes in vitro como produção de catalase, resistência à pH, bile e NaCl, e inibição de patógeno. Para o estudo in vivo foram utilizados 120 animais com peso médio 460±0,10mg distribuídos em aquários de vidro com capacidade total para 80 litros interligados a um sistema de recirculação de água. Estes animais foram aclimatados e alocados em densidade de 10 peixes/aquário. Um delineamento inteiramente casualizado foi conduzido com quatro tratamentos (Controle, 104, 106, 108UFC/g) e três repetições. Em uma ração comercial específica para ornamental marinho foi adicionado o probiótico, e os peixes alimentados a uma taxa de alimentação de 4% do peso vivo na frequência de três vezes ao dia. O experimento teve duração de 90 dias realizando biometrias mensais para a determinação dos parâmetros de desempenho zootécnico. Para a biometria final, nove peixes de cada tratamento foram amostrados para a análise hematológica. Posteriormente os mesmos foram submetidos a eutanásia para coleta de órgãos para análises microbiológicas e histológicas. Ao termino do experimento in vivo foi realizado um desafio com uma bactéria patogênica. Esse experimento constituiu-se de dos quatro tratamentos anteriores (sem suplementação, suplementados com 104, 106, 108UFC/g) com injeção de Vibrio fluvialis 1x10-5UFC/mL, e um controle com injeção de solução salina estéril (NaCl 1,5%) nos peixes sem suplementação. Durante 96 horas, os animais foram avaliados quanto a sinais clínicos e sobrevivência, a cada duas horas. Ao final de 96 horas os animais sobreviventes foram anestesiados e submetidos a analises hematológicas e microbiológica como descrito anteriormente. Para os resultados in vitro, foram selecionadas cinco (5) bactérias ácido lática gram-positiva e catalase negativa com morfologia de cocos e bacilo cocos (CP01; CP02; CP03; CP04 e CP05). Ao final dos experimentos a CP05 mostrou melhor resultado para os testes de resistência e antagonismos frente a patógeno, sendo identificada como Lactobacillus plantarum. Para os resultados in vivo sua suplementação na dieta promoveu melhor desempenho zootécnico nas concentrações de 106 e 108UFC/g ao final de 90 dias, bem como aumento de células fagocitárias no sangue como trombócito, monócito e neutrófilo. Para o experimento de desafio por bactéria patogênica, foi observada maior sobrevivência e resistência a infeção no tratamento 108UFC/g. Conclui-se que a suplementação probiótica na concentração 106UFC/g é suficiente para promover uma melhora zootécnica, e na concentração 108UFC/g uma melhora imunológica dos peixes palhaço. | pt_BR |
