dc.description.abstract | As disfunções metabólicas decorrentes dos hábitos alimentares têm sido investigadas. Além disso, a dislipidemia e a obesidade podem estar associadas, pois ambas apresentam relação com alimentação e estilo de vida. Ao decorrer das décadas, é crescente a população acometida por esses distúrbios. Diante da complexidade que abrange os eventos fisiopatológicos da dislipidemia e obesidade, estratégias terapêuticas/ nutricionais que possam limitar o quadro dislipidêmico e paralelamente proporcionar a melhoria da saúde tem sido objetivo de estudos. Neste sentido, e considerando que há necessidade de novos tratamentos complementares para reverter esse quadro, os extratos vegetais mostram-se favoráveis ao metabolismo lipídico. Em particular, a própolis vermelha tem destaque entre os produtos naturais com potencial biológico, apresenta uso etnofarmacológico e um amplo potencial fitoquímico de valor funcional, há evidências que descrevem suas ações antioxidantes, anti-inflamatória e hipolipidêmica. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos do tratamento para dislipidemia com extrato hidroalcoólico de própolis vermelha (EHPV) em ratos. Para a realização desse estudo os ratos Wistar machos foram submetidos à fase de indução a dislipidemia durante oito semanas. Os animais foram alocados em dois grupos, controle (CTR) e dieta hiperlipídica (DHL). O grupo CTR recebeu água destilada 1 mL/ 100g de peso por dia e o grupo DHL recebeu 1 mL/ 100 g de peso por dia de manteiga líquida, ambos receberam ração padrão. Em seguida, foi iniciada a fase de tratamento com duração de quatro semanas, na qual os animais foram alocados em três grupos: CTR, DHL-veículo e DHL-EHPV. Nestes grupos os tratamentos foram água destilada 1 mL/ 100 g, Tween 80 a 2% 0,1 mL/ 10 g e 10 mg/Kg de EHPV, respectivamente. O tratamento nas duas fases foi administrado por via oral (gavagem). O EHPV foi analisado por meio da cromatografia líquida de alta eficiência para a identificação dos compostos químicos daidzeína, formononetina e biochanina A. A manteiga líquida foi analisada da mesma forma e apresentou colesterol em sua composição. Os resultados da fase de indução mostraram que o grupo DHL-veículo apresentou ganho de massa corpórea em relação ao grupo CTR (p<0,05), assim como os níveis séricos de colesterol total e triglicerídeos foram significativamente maiores no grupo DHL-veículo em relação ao grupo CTR (p<0,05). Após a fase de tratamento, foi percebido que o uso do EHPV impediu o aumento do colesterol total do grupo DHL-EHPV em relação ao grupo DHL-veículo (p<0,001). Contudo, não foi percebido o mesmo em relação aos níveis de triglicerídeos (p>0,5). Posteriormente à eutanásia dos animais, foi analisada a massa ponderal do tecido adiposo abdominal, em relação ao grupo CTR e os grupos DHL-veículo e DHL-EHPV houve diferença estatística (p<0,001), assim como entre os grupos DHL-veículo e DHL-EHPV. No que se refere à análise histomorfológica, foi percebido nos espécimes do fígado, rins e intestino grosso que a dieta hiperlipídica causou inflamação e o uso do EHPV amenizou o aspecto inflamatório nesses órgãos. Conclui-se que o modelo de indução a dislipidemia utilizando manteiga líquida foi eficiente e o uso do EHPV apresentou efeito hipolipidêmico em modelo murino. | pt_BR |