EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ACERCA DO ZIKA VÍRUS E SEXUALIDADE

Abstract

Na adolescência, a vivência da sexualidade é cercada de interdições, tabus e situações de vulnerabilidade devido às práticas sexuais inseguras, podendo ser consequente da escassez de informação. A escola pode se configurar em um ambiente favorável para discutir educação sexual, incluindo a potencial transmissão sexual do Zika vírus, porém os professores podemnão estarpreparados para desenvolver esta abordagem. Em vista do exposto, o estudo tem o objetivo deavaliar o efeito das estratégias de educação em saúde sobre o conhecimento dos adolescentes sobre Zika vírus e sexualidade, assim como a prática pedagógica dos professores referente à temática abordada. A pesquisa foi realizada em duas escolas públicas situada em Nossa Senhora do Socorro e Carmópolis, Estado de Sergipe, com a utilização de dois tipos de desenhos de estudo: a) Estudo de intervenção e ensaio clínico randomizado para os adolescentes; b) Estudo descritivo e com abordagem quali-quantitativa, direcionado aos professores. No estudo de intervenção participaram 500 adolescentes que foram randomizados aleatoriamentee alocadospara dois grupos experimentais: Grupo Oficina Educativa (GOE) e Grupo Controle (GC), e estes responderam dois questionários semi- estruturados, cujos dados foram analisados pelo teste do Qui-quadrado de Pearson e Ancova, no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS 21.0). Participaram 50 professores que respondem a um questionário semi-estruturado sobre aprática pedagógica na educação sexual, cujos dados quantitativos foram analisados pelo teste exato de Fisher (p0,05) e os qualitativos pela técnica de Bardin. Os resultados dos adolescentes evidenciaram no período pré-intervenção, em ambos os grupos, escasso conhecimento relacionado ao Zika vírus sobre as formas de transmissão e prevenção/controle, inclusive desconheciam sua relação como IST’s, além de destacar a expressão “Desconheço” sobre o uso de métodos contraceptivos. Após as oficinas educativas, as respostas diferiram significantemente entre grupos (p<0,05), devido o GOE referirem outras IST’s, inclusive o Zika vírus, e demostraram conhecimento sobre transmissão e prevenção/controle deste vírus. Ressalta-se, no momento pós-intervenção, o uso da expressão “Conhecer e saber usar” os métodos contraceptivos pelos alunos. O grupo de professores avaliados apontaram que ou não abordam o tema sexualidade em sala de aula (38%) ou não o fazem de forma habitual e planejada (46%). Em ambas as escolas, as dificuldades apontadas foram: tipo de disciplina ministrada, falta de material de apoio e o pouco conhecimento dos alunos sobre a temática. Os discursos dos professores permitiram a criação de duas categorias de análise: Concepção dos professores sobre os fatores de dificuldades e Emergência Zika vírus na educação sexual; sendo expresso o desconhecimento ou a não consciência da importância do Zika vírus na temática transversal Educação sexual. Conclui-se que as metodologias lúdico-didáticas utilizadas foram eficientes e adequadas na abordagem da Educação em Saúde/Educação Sexual, o que demanda o fomento de programas de treinamento e capacitação sobre sexualidade aos professores, no contexto dinâmico da (re)emergência de questões de saúde, tais como o Zika vírus.