| dc.description.abstract | A vida do jovem adulto caracteriza-se por mudanças físicas, psíquicas e sociais e, às vezes, de forma concomitante há o ingresso no mundo do ensino superior. O novo ambiente estudantil, as novas relações sociais, o processo de autoafirmação da identidade pessoal, as incertezas quanto ao futuro e a necessidade de suprir as próprias expectativas e dos familiares no âmbito profissional são algumas das circunstâncias enfrentadas pelos jovens. Muitos deles não possuem a capacidade de enfrentamento às situações novas e desafiadoras, gerando moderados e, até, a altos níveis de estresse conduzindo a consequentes problemas físicos e psíquicos durante todo esse período das suas vidas. Esta pesquisa objetivou analisar as condições de saúde mental dos acadêmicos de instituições de ensino superior do estado de Sergipe. O estudo foi de abordagem quantitativa, de corte transversal, com amostragem não probabilística. Foram fornecidos dois questionários autoaplicáveis por meio eletrônico, um sociodemográfico/econômico/acadêmico, e um Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG-60). Foram realizadas análises estatísticas descritivas com apresentação das frequências absolutas e relativas, e análises inferenciais para verificar associação entre as variáveis dependente e independente utilizando-se o teste Qui-quadrado e a ANOVA para comparação de médias dos níveis dos (TMCs). Participaram do estudo uma amostra de 2.206 acadêmicos de um universo de 27.500, como seguinte perfil: 60,2% mulheres, faixa etária dos 18 a 31 anos (88,4%), 84% eram solteiros, e 56% possuía renda familiar de até R$ 2.000,00; 49% dos estudantes não trabalhavam. O turno de estudo predominante foi o diurno (matutino e vespertino/integral) com 61,3%. A maioria possuía matrícula sem financiamento (57%) e também estudava no curso desejado (75%). Os alunos encontravam-se (51,7%) nos quatro primeiros semestres de estudo, e as áreas do conhecimento mais representadas foram Negócio, Administração e Lei (25,4%), Saúde e Bem-estar (19,4%). Quanto à procedência tipológica institucional, 60% estudavam na universidade pública, 21,7% na universidade particular e 18,3% em quatro das faculdades particulares. A prevalência global dos TMCs encontrada foi de 34,4%. Na distribuição da amostra por instituição de ensino em Sergipe, a prevalência TMC encontrada foi: na universidade pública, com 32,9%; na universidade particular, com 36,0%; e nas faculdades particulares, com 37,3%. Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a presença de TMC e as variáveis sexo, faixa etária, renda e motivo de escolha de curso. O perfil com maior chance de apresentar transtornos mentais comuns foi representado pelo sexo feminino, com idade entre 18 e 31 anos; com renda de até R$ 2.000,00; que estudava em cursos da área Humanidades e Artes e da área de Informação e Tecnologia da Comunicação, no turno integral. Conclui-se que a prevalência de um terço da população estudada apresenta perfil sintomático para os transtornos mentais comuns encontra-se similar a outros achados nacionais e internacionais. E que as variáveis mais vulneráveis aos TMCs seriam sexo feminino, faixa etária dos 18 aos 31 anos, renda familiar até R$ 2.000,00, e os motivos de escolha do curso, a falta de alternativa e influência de amigos e familiares. | pt_BR |
