| dc.description.abstract | As características fisiopatológicas doença de Parkinson (DP) incluem o estresse oxidativo, neuroinflamação e apoptose. O extrato hidroalcoólico de própolis vermelha (EHVP) apresenta propriedades antioxidante, anti-inflamatória e neuroprotetora contra lesão de nervo ciático periférico em ratos. Este trabalho se propôs a avaliar o efeito neuroprotetor do EHPV contra a lesão da via dopaminérgica nigroestriatal induzida por aplicação intracerebral de hidroxidopamina (6-OHDA) em roedores. O EHPV foi caracterizado quimicamente por cromatografia líquida de alta eficiência. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Tiradentes (CEUA, protocolo número 170610). Ratos Wistar machos (250 ± 50 g) foram anestesiados (cetamina/xilazina, 1 mL / 100 g) e receberam microinjeção intraestriatal unilateral de solução salina contendo ácido ascórbico (0,02%, grupo sham) ou 6-OHDA (20 ug/2 ul, grupo lesão) nas coordenadas estereotáxicas AP: 1,2; VL: 2,5 e DV: 5,0 em relação ao Bregma. Os roedores foram tratados com veículo (Tween 80, 2% em água destilada, 1 ml) ou EHPV (10 e 50 mg/kg) por via oral durante duas semanas após a lesão, em dias intercalados a partir o dia da cirurgia. A eutanásia em câmara de CO2 foi realizada no 28º dia, para remoção dos encéfalos que foram fixados em formalina e embebidos em parafina. Secções (5 um) do estriado e substância negra compacta (SNc) foram coradas por imunohistoquímica para tirosina-hidroxilase (TH), marcador de neurónios dopaminérgicos. O método indireto avidina-biotina-peroxidase (ABC) foi empregado antes da revelação com diaminobenzidina. Imagens das regiões de interesse foram obtidas com um microscópio óptico acoplado a câmara fotográfica e microcomputador. Foi quantificado o número médio de neurônios positivos para TH na SNc bilateralmente (aumento de 100X), enquanto a inervação estriatal foi avaliada por densitometria óptica (aumento de 40X). Ao menos três campos em cada plano rostrocaudal das estruturas foram registrados. Os dados foram expressos como porcentagem em relação ao lado intacto e as comparações entre os tratamentos foram feitos por meio de ANOVA de uma via seguido por teste post-hoc de Tukey (P <0,05). Na composição química foram identificados os compostos neuroprotetores daidzeína (3,1 mg/g), formononetina (6,3 mg/g), liquiritigenina (10 mg/g) e biochanina A (7,2 mg/g). No ensaio biológico, o número médio de neurónios remanescentes na SNc foi reduzido após lesão (60,4% ± 2,7) e os valores foram significativamente aumentadas quando administrado o EHPV a 10 mg/kg (grupo lesão tratado com EHPV 10 mg/kg: 88,9% ± 6,1; grupo lesão tratado com EHPV 50 mg: 81,4% ± 3,3; F3-31 = 5,50, p = 0,0042). A inervação dopaminérgica também foi preservada pela administração de HERP 10 (grupo lesão tradado com veículo: 85,6% ± 1,9; grupo lesão tratado com HERP 10 mg: 100,4% ± 6,8; grupo lesão tratado HERP 50 mg: 89,4% ± 3,4; F3-54 = 6,84, p = 0,0006). Em conclusão, o EHPV a 10 mg/kg, rico em isoflavonas, mostrou efeito protetor contra a lesão dopaminérgica induzida pela 6-OHDA e pode representar um agente promissor para o tratamento de doenças neurodegenerativas. | pt_BR |
