| dc.description.abstract | O divórcio é um período de transição que afeta o ciclo de desenvolvimento da família, alterando a configuração e dinâmica familiares. O desafio de reconfiguração relacional aumenta a vulnerabilidade a situações estressoras afetando a saúde dos envolvidos. O objetivo desse estudo foi verificar os níveis, a predominância de sintomas de estresse e os fatores relacionados a sua ocorrência durante o divórcio com guarda da prole e analisar as narrativas mais frequentes sobre as estratégias de coping diante das dificuldades conjugais. Trata-se de pesquisa quanti–qualitativa. Para verificar os níveis e a predominância de sintomas de estresse foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp – ISSL, para verificar as variáveis relacionadas a sua ocorrência, as dificuldades do casamento e as narrativas de coping mais frequentes foi utilizado um roteiro para entrevistas semiestruturadas. A coleta de dados foi realizada na Defensoria Pública de Sergipe, em Aracaju, no período entre Agosto/ 2012 e Maio/ 2013, iniciada após a aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Tiradentes sob o número 110512. A amostra foi selecionada por conveniência, n=78, encerrada por saturação. Foi utilizada estatística descritiva simples e análises bivariadas para verificar os fatores relacionados à ocorrência de estresse. Os resultados mostraram que 71,8% dos participantes apresentaram sintomas de estresse, 51,8% dos entrevistados estavam na fase de resistência e 82,1% dos sujeitos com predominância de sintomas psicológicos; verificou-se que as mulheres têm seis vezes mais chance do que os homens a desenvolverem sintomas de estresse durante o divórcio (OR=6,43; IC=2,58-21,63; p=0,001); observou-se que quanto maior a idade do filho mais velho menor a chance de ocorrência de estresse (OR=0,925; IC=0,86-0,98; p=0,03); e que a situação no mercado de trabalho interfere na ocorrência de estresse (2=7,972; p=0,019). As narrativas sobre coping foram categorizadas utilizando o método de análise do conteúdo, verificou-se maior frequência em respostas de “Acomodação”, “Busca de apoio” (família, amigos e religião), “Solução de problemas” e “Oposição”. A pesquisa indica que são necessárias redes de suporte especializado para as famílias antes da separação, auxiliando na prevenção de agravos relacionais mais sérios que prejudicam a saúde física e psicológica dos envolvidos e o exercício saudável da co-parentalidade, tão importante para o desenvolvimento saudável dos filhos. | pt_BR |
