A importância da tomada de medidas preventivas e curativas na diminuição das consequências causadas pelo tratamento antineoplásico em crianças
Date
2022Author
CAVALCANTI, Arthur Isaac Carvalho
ARAÚJO, Flávia Ferreira de
VILAÇA, João Carlos Alves
ARAÚJO, Joyce Ferreira de
ARAÚJO, Raissa Rosendo de
TORRES, Roberta Hellen Nogueira
Metadata
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O câncer infantil inclui um grupo de doenças (tumores sólidos e doenças sistêmicas) que
ocorrem em qualquer parte do corpo e se caracterizam pela divisão e proliferação
desordenada de células cujo material genético sofreu mutação, danificando tecidos e órgãos
em indivíduos menores de 15 anos de idade (Roca; 2000. p. 426-51).
Estima-se que surjam aproximadamente 200.000 casos por ano no mundo, e no Brasil,
cerca de 7.000 na mesma faixa de tempo. Dados internacionais indicam que 1 em 100.000
adultos jovens será sobrevivente de câncer na infância. Neoplasias são a principal causa de
morte relacionada à doença entre jovens com menos de 15 anos nos países desenvolvidos,
sendo responsável por 10% dos óbitos, com tendência crescente nos últimos anos. Depois dos
acidentes, o câncer ocupa o segundo lugar das mortes no Brasil. A quimioterapia e/ou
radioterapia utilizada no tratamento da enfermidade pode causar muitos efeitos colaterais
agudos e de longo prazo na cavidade oral do paciente. Além disso, devido à imunossupressão
que ocorre no doente, qualquer fonte de infecção oral/dentária ou trauma de tecidos moles
pode afetar os cuidados médicos, resultando em morbidade, mortalidade e maiores custos
hospitalares. (Avsar, A., Elli, M., Darka, O., & Pinarli, G. (2007).
De acordo com informações divulgadas no ano de 2009 pelo Grupo de Pesquisa e
Assistência ao Câncer Infantil (GRAPI), o câncer infantojuvenil é diferente do que acomete
adultos porque afeta principalmente o sistema sanguíneo e os tecidos de suporte. Entre tantas
variedades produzidas pela doença, a leucemia e os tumores no sistema nervoso central
afetam mais as crianças, enquanto os de maior idade são afetados mais comumente pelas
células epiteliais, que cobrem diferentes órgãos do corpo humano.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2008, p. 19), existem mais de 30 tipos
diagnosticados na infância, dos quais existem até 50 subtipos. A doença tem muitas
manifestações e pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Em particular, seus sintomas
podem ser facilmente confundidos com outras doenças comuns da faixa etária. A
consequência é o atraso na busca por auxílio que trará à tona um diagnóstico precoce. Em
algum sentido, a atenção dos pais e/ou responsáveis a quaisquer sintomas é essencial
(NÚCLEO DE APOIO À CRIANÇA COM CÂNCER, 2007).
Na cavidade oral, grande parcela das crianças e adolescentes em tratamento
desenvolvem complicações devido a inúmeros fatores, entre eles, os maus hábitos de
higiene, as mudanças na composição da dieta e a exposição à radiação ionizante,
característica da radioterapia. Como complicações, podemos citar: xerostomia, candidíase,
aparecimento de úlceras, sangramento na gengiva, mucosite e alterações no cronograma de
erupção dentária. O/A cirurgião-dentista odontopediatra, integrante da equipe multidisciplinar
responsável por aquele paciente, será responsável, juntamente com pais e/ou tutores por
tomar os devidos cuidados para evitar o comprometimento do sistema imunológico do menor.
(Ritwik & Chrisentery-Singleton, 2020; Carvalho, Medeiros-Filho, & Ferreira, 2018, LOPES,
2012).
Pais e responsáveis por um grande número de crianças em tratamento oncológico têm
pouco ou nenhum conhecimento sobre as alterações bucais que ocorrem durante o tratamento
oncológico. Por isso, faz-se necessária a disseminação de informações. (Brasil. Ministério da
Saúde. Portaria GM/MS No 1.996 de 20 de agosto de 2007).
Tendo em vista a extrema importância da tomada de medidas preventivas e curativas na
diminuição dos impactos das sequelas bucais causadas pelo tratamento antineoplásico em
crianças, faz-se interessante uma abordagem conscientizadora, com público alvo formado por
responsáveis e pelo próprio paciente, acerca dos benefícios trazidos por uma alimentação
balanceada, higiene oral adequada e acompanhamento por Odontopediatra durante o ciclo
que envolve diagnóstico-tratamento-cura. Além de analisar de forma minuciosa as
“vulnerabilidades” em que esse grupo está mais suscetível.