Habilidades socioafetivas e cognitivas do aluno no instituto federal de Sergipe - Itabaiana: aprendizado integral e crítico para além dos ditames do mercado profissional
Abstract
Esta pesquisa versou sobre as habilidades socioafetivas e cognitivas (Hsac) do aluno,
no Instituto Federal de Sergipe (IFS), campus Itabaiana, mapeando pedagogicamente
essas Hsac para um aprendizado integral, crítico, além dos ditames do mercado
profissional. Problematizou-se os riscos do ensino centrado sobre um tipo de
habilidade em detrimento de outras. O referencial teórico abordou o viés social
freireano (2003); a afetividade (WALLON, 1968); a cognição com as inteligências
múltiplas (GARDNER, 1995), emocionais (GOLEMAN, 1996) e a competência
socioemocional (CASEL, 2017; OCDE, 2015; GLOBAL, 2019). Assim, buscou-se
esclarecer aspectos ainda desconhecidos das habilidades não cognitivas, assim como
a junção desses tipos de habilidades e o papel que possuem na formação tecnológica
profissionalizante. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar as Hsac do
educando, do ensino médio integrado ao técnico do IFS Itabaiana, como
dispositivo pedagógico que contribua para a sua formação integral, crítica e
aprimoramento das relações profissionais. Para alcançar tal objetivo, foi
necessário verificar as Hsac dos jovens com o intuito de diagnóstico da realidade
em uma população de 58 estudantes. O instrumento, para coleta de dados, utilizou
questionário estruturado, obtendo 86% de respostas dos alunos do total de possíveis
respondentes, tendo sido aplicado unicamente por meio online (e-mail, smartphone,
WhatsApp). Também se realizou entrevista individual semiestruturada em uma
amostra de 20 alunos que se predispuseram a participar por videochamada. Os dados
coletados foram articulados com a triangulação entre aluno, no ápice da pirâmide,
tendo na base os resultados das habilidades socioafetivas (Hsa) e das dez disciplinas
curriculares (Hc) propedêuticas e técnicas. A seguir, buscou-se informações do
Ministério do Trabalho e Emprego, junto à Classificação Brasileira de Ocupações, para
categorizar e descrever as habilidades socioafetivas mais demandadas pelos
alunos, sendo elas essenciais ao contexto laboral. Por fim, foi necessário mapear as
Hsac dos educandos para uma visão integral e indissociada. Os resultados
surgiram a partir de sete indicadores aplicados na metodologia – relações
socioafetivas positivas; comunicar-se por pensamento e sentimento (emoção);
cooperar com o outro em equipe; ser empático; ter atitudes com princípios coletivos;
saber ouvir e pedir ajuda; ter projetos pessoais, a fim de identificar as Hsac mais
demandadas, tais como: Comunicação, Colaboração, Consciência. Concluiu-se
que elas podem ser apreendidas na escola, local onde ainda existe um déficit de
52% dentre as Hsa dos discentes. A pesquisa, com esses mapeamentos
pedagógicos das Hsac dos educandos, propõe gerar contribuição tecnológica a
partir da criação de dispositivo como um futuro projeto à área da programação
computacional, podendo humanizar a educação pelo processo simplificado de
virtualização. Como contribuição social, identificou-se que é possível aceitar o ser
humano com suas diferenças, pois cada pessoa possui o seu mapa diferenciado das
Hsac e isto, por si só, já retrata a singularidade do indivíduo dentro de um contexto
social diversificado.