Cistatina c e sua relação com o câncer: uma revisão
Abstract
As cistatinas são uma importante classe de inibidores de cisteíno proteases, desempenhando papel
fundamental em inúmeros processos fisiológicos. Dentre elas, destaca-se a Cistatina C, fundamental
ao sistema imunológico e na modulação de processos inflamatórios, além de principal inibidora da ação
das Catepsinas. A Catepsina, por sua vez, é uma classe de cisteíno protease responsável
principalmente pela fisiologia do câncer. Dessa forma, o presente estudo buscou discutir como a
Cistatina C pode influenciar no mecanismo tumoral maligno. Trata-se de uma revisão integrativa, tendo
como período, artigos de 2017 a 2022. Foram utilizadas as plataformas SciELO, PubMed e MedLine,
com os seguintes descritores: Cistatina C, biomarcadores, câncer. Os unitermos foram combinados
utilizando os operadores booleanos “and” e “or”, para o uso dentro das bases de dados selecionadas.
Os critérios de inclusão foram: estar nos idiomas português e inglês, abordarem no título ou resumo,
os descritores, e estar dentro do período desejado. A Cistatina C apresentou-se de maneiras variadas
conforme o tipo e localização do câncer. Os principais resultados apontaram que para o câncer de
mama, a Cistatina C apresentou-se diminuída, enquanto que a Catepsina elevada, sugerindo atividade
proteolítica da última. Já para o mieloma múltiplo, valores maiores de Cistatina C estavam associados
a piores prognósticos. No mieloma uveal, por sua vez, houve elevações nos níveis de Cistatina C no
fluido lacrimal. Em outros tipos de cânceres como nos rins e colorretal, a Cistatina C apresentou-se
aumentada e mostrou-se associada a um tempo de sobrevida diminuído. Do mesmo modo, a Cistatina
C não se apresentou um biomarcador ideal nos tumores uroteliais de bexiga devido à relação homóloga
entre a taxa de filtração glomerular e a Cistatina C. Por fim, no câncer de próstata, a Cistatina C foi
associada a um menor risco de desenvolver a doença. Dessa forma, inúmeros mecanismos fisiológicos
possuem influência em sua expressão, sendo necessários mais estudos, com padrões bem definidos,
e metodologias capazes de isolar a Cistatina C de fatores que não seja o câncer.