André e o quarto de Van Gogh em Arles: as artes luminosas associadas à dramaticidade da vida.
Abstract
A expressão da vida interior do homem manifestou-se de forma intensa a partir do
movimento intitulado Expressionismo que tinha como características principais a expressão de
experiências emocionais e perturbadoras na pintura, bem como a metáfora absoluta na poesia. O
holandês Vincent van Gogh foi precursor do movimento ao utilizar cor, linha e composição como
novos meios de expressão cuja tela O quarto de van Gogh em Arles evidencia um inquietante
estado evidenciado pela luminosidade. Assim como na novela Lavoura Arcaica de Raduan
Nassar, a expressão se manifestar de forma magistral em razão do narrador-personagem André
caracterizar uma alma sob tensão, que se utiliza do lirismo a fim de contestar os limites entre a
luz e as trevas. Assim sendo, a personagem André e a tela de van Gogh evocam sentimentos
inerentes ao homem já que a luminosidade dramática que fundamenta este artigo, compõe uma
relação de analogia entre a perspectiva da análise literária em consonância com as artes plásticas
visto que a arte expressa a paixão e a cólera presentes na vida humana.