A interface entre a realidade e a ficção na obra, o prisioneiro de Erico Verissimo.

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Date
2006Author
MORAES, Janaína Volz de
SANTOS, Simone Costa
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Este artigo procura traçar um paralelo entre a realidade e a ficção em O Prisioneiro (1967), utilizados para facilitar a compreensão e os efeitos libertados buscados pelo escritor, pois como afirma Antônio Candido(1976), a obra não é compreendida em sua íntegra se não forem considerados o autor e os fatos sociais que o cercam.
O Prisioneiro(1967), de Erico Verissimo, apresenta a outra face da guerra, não só os seus aspectos políticos, mas também os sociológicos. Trata-se de uma parábola moderna, segundo palavras do próprio autor, escrita sem muito refinamento no propósito de alcançar diretamente a sensilidade do leitor para os problemas causados por uma guerra cheia de ambição e eufemismos.
Problemas como o racismo, os meios utilizados para se alcançar um fim, a instabilidade política de países em conflito e a intervenção de grandes potências fazem desta obra um grito de alerta para que busquemos as verdadeiras razões para se justificar um conflito tão grandioso.
Os pensamentos humanistas apresentados na obra são representações da ideias do autor e trazem à história uma certa verossimilhança, levando ao leitor credibilidade e a possibilidade de reconhecer a universalidade dos temas abordados. Entre eles está a liberdade, que é tratada com responsabilidade e, sempre questionado se para consegui-la é necessário utilizar-se de meios ardilosos ou basta ter a consciência dos seu próprios direitos.