Prevalência da funcionalidade e qualidade de vida de idosos residentes em duas comunidades quilombolas de Sergipe.
Abstract
Os quilombolas são afrodescendentes, caracterizados por vulnerabilidades, especialmente os idosos, impactando nos indicadores de saúde. Além disso, são escassos estudos que abordem sua funcionalidade e qualidade de vida (QV). Logo, a presente pesquisa objetivou avaliar a prevalência da funcionalidade e QV de idosos residentes em duas comunidades quilombolas de Sergipe. Trata-se de um estudo observacional, analítico, transversal, com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada nas comunidades Maloca, em Aracaju/SE, e Patioba, em Japaratuba/SE, compondo uma amostra de 50 participantes. Inicialmente, a funcionalidade foi avaliada pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), através dos 4 constructos. Em seguida foi aplicado o World Health Organization Quality of Life - bref (WHOQOL-bref), com finalidade de descrever a QV por meio de cinco domínios. Para a descrição estatística do WHOQOL-bref, foi utilizada uma ferramenta desenvolvida a partir do Software Microsoft Excel, em seguida todos os dados foram analisados através do programa GraphPad Prism 6.01, onde valores com p<0,05 foram considerados estatisticamente diferentes. Quanto aos resultados, referente à funcionalidade, foi possível observar na Patioba a prevalência de pressão arterial aumentada (16,98%), alterações nas articulações do joelho (18,99%), limitação para andar longas distâncias (12,99%), o uso de medicamentos (41,89%) e o apoio da família próxima (41,89%); já na Maloca houve predomínio de pressão arterial aumentada, mobilidade de várias articulações, e força dos músculos da metade inferior do corpo ambas com 12,50%, alteração na musculatura do tronco (25,00%), restrição para agachar-se (10,00%) e executar tarefas múltiplas (10,00%), além do apoio da família próxima (40,91%). Em relação a QV, a média do domínio “relações sociais” destacou-se na Patioba (16,00) e Maloca (15,56), no entanto os domínios “meio ambiente” (13,51) e “psicológico” (13,11), influenciaram negativamente nas comunidades, respectivamente. Conclui-se que esse grupo populacional apresenta déficit quanto a funcionalidade e QV, impactando na independência e autonomia.