ESTUDO DA EFICIÊNCIA DO CAMPO MAGNÉTICO NA PREVENÇÃO DA INCRUSTAÇÃO DE SULFATO DE BÁRIO EM CORRENTES AQUOSAS
Abstract
A formação de incrustações por sais inorgânicos na indústria de petróleo pode levar à redução
da produtividade, uma vez que ocasiona obstruções parciais ou totais das tubulações, parada de
equipamentos de superfície e até fechamento dos poros das rochas sedimentares. O combate à
incrustação pode ser realizado utilizando-se produtos químicos conhecidos como inibidores de
incrustação ou por tecnologias não intrusivas como, por exemplo: ultrassom e indução
magnética. Assim, neste estudo foram avaliados os efeitos da influência da aplicação de indução
de campos magnéticos de diferentes intensidades sobre o tempo de incrustação do sulfato de
bário (BaSO4). Uma unidade experimental baseada na técnica de monitoramento dinâmico da
pressão diferencial foi desenvolvida para a aquisição de dados. Nela, duas correntes salinas são
deslocadas por bombas de deslocamento positivo para se encontrarem num ponto de mistura,
formando uma solução supersaturada. O efeito da concentração de íons bário e sulfato nas
soluções aquosas, da vazão das soluções, da geometria do tubo capilar e da intensidade do fluxo
magnético sobre a precipitação do sulfato de bário foi investigada. O equipamento
eletromagnético utilizado foi projetado com capacidade de aplicar um campo magnético de 0
até 14000 Gauss. A morfologia dos cristais de BaSO4 formados foi estudada por microscopia
ótica e microscopia eletrônica de varredura. As características da rede cristalina do BaSO4
foram avaliadas usando refinamento de Rietveld a partir dos dados obtidos por difratometria de
raios X. Os resultados obtidos demonstraram que o tempo de incrustação varia em distintas
concentrações salinas de íons bário (263, 525 e 789 ppm) e sulfato (325, 650 e 975 ppm), do
campo magnético, vazão e das diferentes geometrias (bobina, resistência e ponto) empregada
no sistema de aquisição dos dados de incrustação. A presença do campo magnético tende a
prolongar o tempo de incrustação de BaSO4. Um modelo físico semi-empírico foi empregado
para auxiliar na compreensão do efeito das variáveis relacionadas ao mecanismo de formação
das incrustações. O uso de campo magnético diminuiu a velocidade de cristalização das partículas de BaSO4, resultando em partículas mais cristalinas e com menor tamanho de
cristalito do que aquelas formadas na ausência de campo magnético. Assim, os resultados deste
estudo mostraram que campos magnéticos podem ser aplicados para diminuir a velocidade de
incrustação de BaSO4 em tubulações na indústria de petróleo.