TRATAMENTO DE BIOCHAR DE SEMENTE DE GOIABA PARA IMOBILIZAÇÃO DE LIPASE E APLICAÇÃO EM REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO
Abstract
Este trabalho teve como objetivo realizar primeiramente o tratamento do biochar proveniente do processo de pirólise de semente de goiaba por diferentes processos de ativação, utilizando técnicas convencional (mufla) e não convencionais (assistidos por ultrassom e por micro-ondas) na presença de agentes de ativação (ácido fosfórico, hidróxido de potássio e diclorometano - DCM). Após a obtenção do biochar tratado, a segunda etapa foi utiliza-lo como suporte para a imobilização da lipase de Burkholderia cepacia (LBC) com diferentes protocolos de imobilização (adsorção física, imobilização hidrofóbica, ligação cruzada, ligação covalente unipontual e multipontual). Na etapa final aplicou-se o biocatalisador imobilizado nas reações de transesterificação de óleo de coco bruto em sistemas convencional (batelada) e não convencionais (ultrassom e micro-ondas) em diferentes condições de razões molares e temperatura, como também o uso de aditivos (peneira molecular, água e terc-butanol) na reação de transesterificação. O biochar tratado em ultrassom com DCM apresentou os melhores resultados para a imobilização da LBC por adsorção física e as reações de transesterificação realizadas em sistema convencional (batelada) apresentaram os melhores resultados de conversões de ésteres etílicos com cerca de 48 % em 96 h e a máxima formação de monoacilgliceróis de cerca de 60 % em 24 h para a razão molar óleo:etanol 1:7 a 40 °C. O uso de aditivos (peneira molecular, água, terc-butanol) nas reações de transesterificação em batelada não apresentou aumento na conversão de ésteres etílicos. Os sistemas não convencionais de transesterificação (ultrassom e micro-ondas) apresentaram uma redução na conversão de ésteres etílicos, a máxima conversão encontrada foi cerca de 25 % para ultrassom e 8 % para micro-ondas, resultado atribuído à baixa estabilidade do biocatalisador imobilizado nas condições reacionais.