DESENVOLVIMENTO DE ADSORVENTES A PARTIR DE ALGAS ARRIBADAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES CONTENDO CORANTES INDUSTRIAIS
Abstract
Os biomateriais estão despontando como promissores adsorventes naturais para a remoção de poluentes dos efluentes industriais. Este trabalho visa investigar a utilização da biomassa das algas arribadas in natura e pré-tratadas com ácido clorídrico como bioadsorventes na remoção do corante azul de metileno como modelo. As isotermas de equilíbrio foram bem ajustadas tanto pelo modelo Freundlich como o de Langmuir com capacidade máxima de adsorção encontrada de 101,33 mg/L e 104,56 mg/L para alga in natura e tratada, respectivamente. A análise de FTIR corroborou a presença de grupos funcionais importantes no processo adsortivo. A remoção de mais de 94% e 96% de corante nos 10 minutos inicias do processo mostram uma forte interação iônica do adsorvato com os sítios ativos da superfície das algas não tratadas e tratadas, respectivamente. A cinética de adsorção foi bem descrita pelos modelos de pseudoprimeira ordem e pseudosegunda ordem. A remoção do corante chegou a 98% para a biomassa acidificada e 97% para a biomassa in natura. O efeito do pré-tratamento com ácido clorídrico não foi significativo no aspecto do incremento da capacidade de adsorção do bioadsorvente, entretanto eliminou a poluição secundária no processo de adsorção com as algas in natura, causada pela lixiviação de compostos orgânicos presente na biomassa sem tratamento. Também foi avaliado a utilização do resíduo proveniente da extração do biopolímero alginato presente nas algas marrom como bioadsorvente para remoção de corante. Este apresentou capacidade máxima de adsorção de 50,49 mg/g pelo modelo isotérmico de Langmuir, justificando que ainda há sítios ativos para a bioadsorção. Assim, potencializa o uso das algas arribadas como bioadsorventes, tanto quanto uma alternativa sustentável como uma maior viabilidade econômica, frente ao reaproveitamento de um rejeito do processo.