DEGRADAÇÃO DA VINHAÇA POR TRATAMENTO COMBINADO COM Pleurotus sajor-caju E OXIDAÇÃO ELETROQUÍMICA
Abstract
A vinhaça é um resíduo proveniente do processamento do etanol, a partir da cana-de-açúcar, com média variando entre 15-18 litros para cada litro de etanol produzido. Esse subproduto apresenta características ácidas e corrosivas, alto potencial poluente devido à presença de compostos recalcitrantes e tóxicos (melanoidina e fenóis) que impedem sua degradabilidade, bem como concentrações elevadas de matéria orgânica. A partir disso, torna-se necessária a aplicação de tecnologias de tratamento a fim de reduzir os poluentes da vinhaça que contaminam o meio ambiente, uma vez que é descartada inadequadamente nos corpos hídricos. A combinação de processos de tratamento de efluentes mostrou ser uma estratégia inovadora e economicamente atraente na eliminação de cargas poluentes. Desta forma, neste trabalho foi estudado o uso do fungo Pleurotus sajor-caju, sequenciado pela oxidação eletroquímica (OE) para degradar a vinhaça de cana-de-açúcar. O tratamento da vinhaça com P. sajor-caju proporcionou remoções eficientes da coloração (97%) e turbidez (99%), atingindo também remoções de 50,6% para demanda química de oxigênio (DQO) e 57,3% para o carbono orgânico total (COT). A produção de enzimas ligninolíticas foi observada, e as atividades da lacase mais elevadas foram obtidas no 12º dia de fermentação (variando entre 341- 400 UI/L) e entre o 9º e 12º dia para a manganês peroxidase (variando entre 1400-1494 UI/L). Concomitante, a biomassa micelial obteve alta concentração (13,62 g/L) no 15º dia de crescimento. Em condições otimizadas, a OE com o ânodo Ti/(RuO2)0.7(IrO2)0.1(Sb2O3)0.2 aumentou a tratabilidade da vinhaça, alcançando remoção final de 100% da coloração, 66% em DQO e 61% em COT. Este procedimento adicional permitiu eliminar a toxicidade da vinhaça em 0% de letalidade para a Lactuca sativa e Raphidocelis subcapitata.