CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ESTUDO DA SECAGEM DA BORRA DE CAFÉ ESPRESSO
Abstract
A borra do café, resíduo sólido gerado no preparo da bebida ou na produção industrial de café solúvel apresenta um grande potencial de reuso devido à possibilidade de aplicação dos seus constituintes em diferentes processos. Porém, esse resíduo possui um elevado teor de umidade que o torna susceptível à degradação química e biológica, e dificulta o seu transporte e armazenamento. Não existem na literatura trabalhos que avaliem estratégias de secagem e conservação desse resíduo previamente ao uso, assim como as características químicas da borra do café espresso também não foram estudadas. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo determinar características químicas da borra do café espresso, estabelecer uma cinética de secagem a 4 diferentes temperaturas (35, 45, 55 e 65°C), e avaliar o comportamento higroscópico por meio de isotermas de adsorção e dessorção de umidade nas temperaturas de 25, 35 e 45°C. Foram ajustados modelos matemáticos tanto às curvas cinéticas como às isotermas de sorção de umidade. A determinação de parâmetros de cor e compostos marrons forneceram informações sobre a qualidade da borra do café espresso após a secagem. A borra de café espresso apresentou na sua composição um elevado teor de umidade (59,49%), o qual confirma a necessidade de secagem previamente ao uso. O modelo de Midilli apresentou o melhor ajuste às curvas de secagem enquanto que o modelo de Peleg foi o que melhor descreveu as isotermas de sorção de umidade. A melhor temperatura de secagem foi 65°C, por conta do menor tempo do processo e da manutenção da qualidade do material avaliada por meio dos parâmetros de cor e compostos marrons. As isotermas de sorção de umidade têm formato característico de materiais ricos em carboidratos e apresentam histereses compatíveis com poros do tipo fenda estreita.