dc.description.abstract | Áreas urbanas densamente povoadas com precárias condições de saneamento básico, são
comuns, principalmente em países em desenvolvimento, nos quais a água é responsável
por um grande número de doenças de veiculação hídrica. O principal objetivo deste trabalho
foi avaliar o processo de estruturação da Zona de Expansão Urbana de Aracaju e os
cenários de risco à saúde, devido ao uso de água de poço e seu potencial contaminação por
fossas e cemitérios clandestinos. Estudo de caráter descritivo-exploratório, com método
qualiquantitativo de investigação visando a analisar as águas de poço para consumo
humano na Zona de Expansão Urbana de Aracaju, bem como a percepção dos moradores
sobre a relação água e saúde. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com todos os
moradores no entorno de cemitérios clandestinos. A escolha das residências para a análise
da água foi de acordo com o critério do uso exclusivo de água de poço, que esse estivesse
até 500 metros de distância do cemitério. Para a realização dos exames ficaram definidas
oito residências que atendiam às especificidades: um poço existente dentro do cemitério e
um poço controle que ficasse a mais de 15 km de distância dos demais. Foi estabelecida a
coleta de cinco amostras de cada poço, em períodos secos e chuvosos, para análise
microbiológica e físico-química. Nestas análises avaliou-se o Pb, Cd, Ca, Na, K, Fe, Cu, Zn,
Ni, Mn e Cr e a alcalinidade. A fala dos entrevistados revelou que, embora os moradores
tenham consciência da importância da água de qualidade para a saúde humana, ainda
utilizam a água de poço sem nenhum tratamento prévio. As análises apresentaram
resultados positivos para os coliformes totais e coliformes termotolerantes, 49% para
bactérias heterotrófica, 20% estão acima das 500 unidades de formação de colônia por mL
(UFC/mL), 30% das amostras apresentaram Stafhylococcus aureus, e 20% de bactéria
sulfitos redutores; não houve presença de bactérias do gênero Salmonela e Clostridium.
Esses resultados tiveram maior incidência nos períodos chuvosos. Da análise físicoquímica,
não foram encontrados: chumbo, nitrogênio e Cromo nas amostras e o cádmio foi
determinado somente no mês de abril de 2016. Observa-se que o valor do cádmio
determinado no poço 4 (0,840 mg/L) foi 168 vezes maior que o VMP 0,005 mg/L e somente
nas amostras dos poços 1 e 2 não foi determinado este elemento. O cobre foi determinado
no mês de fevereiro de 2017 em todos os poços, em concentrações na faixa de 0,004 –
0,008 mg/L. O cálcio determinado nas amostras variou na faixa de 2,05 – 93,95 mg/L. Os
dez poços analisados demonstraram que os valores dos íons cálcio, magnésio, sódio,
potássio, zinco, e os cloretos nitrato e alcalinidade, não ultrapassaram os limites
estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 396/08, porém os resultados encontrados
servem de alerta de contaminação. Este estudo mostrou que a qualidade da água de poço
consumida na ZEU no município de Aracaju (SE) apresentou valores em desacordo com a
Portaria Nº 2914/11 e a Resolução CONAMA Nº 335/08. | pt_BR |