dc.description.abstract | Durante o período do climatério, as mulheres podem sofrer alterações diversas e vivenciarem sinais e sintomas específicos devido à diminuição dos níveis plasmáticos de estrogênio e androgênio. Além desses, outros fatores biológicos, psicológicos, socioculturais, políticos, econômicos e interpessoais, podem intervir nos relacionamentos interpessoais, na atividade sexual e qualidade de vida das mulheres climatéricas. Por isso, ao tratar da saúde dessa população, que tem crescido bastante devido ao envelhecimento populacional, é necessário compreender a complexidade do processo de transformação dessa fase do desenvolvimento humano. Assim, essa pesquisa teve por objetivo Avaliar a Saúde Sexual e Vivências do climatério de mulheres cadastradas em Unidades de Saúde da Família no município de Aracaju-Sergipe-Brasil. Trata-se de pesquisa mista com dados colhidos de uma amostra de 417 mulheres de 40-60 anos, cadastradas e atendidas em Unidades de Referência em Saúde da Mulher do município de Aracaju. Foram utilizados um roteiro de entrevista, para obter dados sobre características socioeconômicas, ginecológicas e obstétricas, hábitos de vida, histórico de morbidades, uso de medicações, aspectos da sexualidade (vida sexual, percepções e atitudes, mudanças de comportamento) e compreensão sobre a menopausa; o Menopause Rating Scale (MRS), para avaliar os sinais e sintomas da menopausa, a Escala de Silhuetas de Stunkard, Body Shape Questionnaire (BSQ)e coleta de dados antropométricos para avaliar a autopercepção corporal. Para avaliar a função sexual, foi utilizado o Female Sexual Function Index (FSFI). A média de idade das entrevistadas foi de 50,4±5,7 anos, sendo que destas, 236 se encontravam na menopausa. Para as participantes da pesquisa, a menopausa significava sentir calor, frio, suor. De acordo com o MRS, 55,9% apresentaram sintomatologia severa, e entre os sintomas verificou-se que 31,9% estavam relacionados aos somatovegetativos (falta de ar, suores e calores) e 30%, aos psicológicos (ansiedade, depressão, irritabilidade). A maioria das participantes (80,2%) relacionou a menopausa somente aos sinais percebidos (calor, suor, frio e fogachos). Quanto à atividade sexual, 55,4% relataram que mantiveram relações sexuais nas últimas quatro semanas, com frequência de 2,0±1,5 relações sexuais/semana. Dessas participantes, 44,6% referiram sintomas relacionados a alguma disfunção sexual. Conforme a mulher envelhece ocorre uma redução na função sexual (r=-0,2085; p<0,001), mas não seu desaparecimento. Dentre as 41,2% que não mantinham relações sexuais, os principais motivos foram “não ter parceiro” (26,2%) e “falta de interesse/desejo” (22,1%). Quanto à autopercepção da imagem corporal, verificou-se que 78,9% estavam insatisfeitas, destas 93,6% tinham o desejo de serem mais magras e 74% estavam com sobrepeso ou obesidade (segundo classificação do IMC). Conclui-se que os sinais e sintomas vivenciados pelas mulheres no período do climatério foram classificados como severos (MRS). Ao considerar o grupo de mulheres sexualmente ativas, quase metade delas sofriam de disfunção sexual, demonstram insatisfação com suas autoimagens corporais almejando querer serem mais magras, entretanto, as mulheres que apresentam uma insatisfação grave de acordo com a classificação do BSQ apresentaram menor índice de prazer nas relações sexuais em 35,3% dos casos. | pt_BR |