OBESIDADE INFANTOJUVENIL NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MUSSUCA
Abstract
A obesidade Infantojuvenil vem apresentando um rápido aumento nas últimas décadas, isso tem caracterizada como uma verdadeira epidemia global. Este fato é bastante preocupante, pois a associação da obesidade com alterações metabólicas, como a hipertensão, e a intolerância à glicose considerados fatores de risco para o diabetes mellitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares até alguns anos atrás eram mais evidentes em adultos, no entanto já pode ser observada em crianças e adolescentes. Mesmo com a mobilização política para a organização das comunidades quilombolas, verifica-se uma situação em que os indicadores apontam para a permanência da vulnerabilidade social das comunidades e de certo afastamento dessas populações em relação às políticas sociais e seus benefícios. Problemas como má qualidade da educação, oferta insuficiente de serviços de saúde e saneamento além da precariedade das habitações, são demandas recorrentes nas comunidades quilombolas de Sergipe. Assim, temos uma situação em que as recentes conquistas do ponto de vista do reconhecimento dos direitos dos remanescentes de quilombos, não tem levado a melhorias significativas das condições de vida dessas populações e nem têm logrado a diminuir a distância das desigualdades sociais em relação ao entorno das comunidades. O presente trabalho tem como objetivo: avaliar a Prevalência do Sobrepeso e Obesidade Infantojuvenil em grupos de crianças de cinco a catorze anos da rede pública de ensino da Comunidade Quilombola de Mussuca, no município de Laranjeiras no Estado de Sergipe, e identificar suas principais causas. Para a realização deste trabalho se fez necessário a mensuração da altura e do peso de cada criança, e com base nesses dados calculou-se o IMC. Os dados de consumo alimentar e atividade física foram obtidos através de entrevista utilizando-se formulário específico. Essa pesquisa avaliou 301 escolares com idade de 5 a 14 anos, 152 (50,5%) do sexo feminino e 149 (49,5%) do masculino. Conclui-se que a prevalência de crianças e adolescentes com sobrepeso é de 22,6%, e que a obesidade representa 13,3% (40). Assim, para um nível de confiabilidade de 5% e um tamanho de 301 crianças e adolescentes, o erro admitido foi de 3,81%. Os resultados sugerem que o consumo alimentar apresenta papel importante, mas que o sedentarismo pode contribuir para o excesso de peso infantojuvenil. O reconhecimento que o problema tem origem multicausal deve nortear as políticas públicas voltadas para este grupo etário na comunidade quilombola com o objetivo de prevenir esse agravo nutricional.