APLICAÇÃO DO ESCORE qSOFA EM MODELOS PREDITORES DE MORTALIDADE E TEMPO DE PERMANÊNCIA INTRA-HOSPITALAR EM PACIENTES COM SEPSE E CHOQUE SÉPTICO
Abstract
Introdução: A sepse é considerada um problema mundial de saúde pública com altas taxas de incidência, mortalidade e custos. Para auxiliar na identificação de pacientes com suspeita de infecção e que não estão internados nas unidades de terapia intensiva foi criado em 2016 um índice de cabeceira denominado qSOFA (quick Sequential Organ Failure Assessment), que se baseia em avaliação de riscos. Objetivo: Analisar os fatores que contribuem para a mortalidade intra-hospitalar dos pacientes diagnosticados com sepse e choque séptico em um hospital de alta complexidade de Aracaju-SE. Metodologia: Estudo de coorte, retrospectivo, observacional, baseado em análise de prontuários do Serviço de Arquivo Médico da Clínica e Hospital São Lucas nos anos de 2013 a 2015. Utilizado a ferramenta qSOFA, caracterizado por meio das seguintes variáveis: taxa respiratória (> 22 respirações por minuto), pressão arterial sistólica (< 100 mmHg), e alteração do estado mental, para cada variável é designado 1 ponto, no qual > 2 é considerado um preditivo para mortalidade elevada. Resultados: Foram analisados 579 prontuários de pacientes atendidos no Hospital São Lucas nos anos de 2013 a 2015 com diagnóstico de sepse, tendo como média de idade 72,9 (+16,5), sendo que 51,8% foram do sexo masculino, 55% com presença de infecções pulmonares ou urinárias e uma média de 2,6 comorbidades por paciente. O tempo médio de permanência na instituição foi de 27,1 (+ 37,2) dias e a taxa de mortalidade para sepse de 30%, mas verificou-se que pacientes com qSOFA > 2 representaram 66,7% desse resultado (p= 0,01), indicando que o valor do qSOFA esteve diretamente relacionado à mortalidade. Conclusão: O estudo evidenciou que o perfil do paciente séptico atendido na unidade hospitalar foi predominantemente de idosos, diagnosticados na urgência, com sítios de infecção pulmonares e urinários e com uma média de 2,6 comorbidades. Os fatores que contribuíram para a mortalidade intra-hospitalar esteve relacionado aos valores do qSOFA, uma vez que os índices de mortalidade dos pacientes com qSOFA > 2 foram mais acentuados, bem como o tempo médio de permanência institucional desses pacientes.