AVALIAÇÃO DO EFEITO PROTETOR DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PROPOLIS VERMELHA NO MODELO DE COLITE AGUDA
Abstract
As doenças inflamatórias intestinais (DII), representadas pela Colite ulcerativa (UC) e Doença de Chron (DC), são inflamações de natureza crônica que afeta todo ou parte do trato gastrointestinal. O tratamento atual das DII, baseado no uso de agentes anti-inflamatórios, antioxidantes e/ou imonomoduladores, provaca uma série de efeitos colaterais e não evita a reincidiva da doença. Neste sentido, tem sido pesquisado o emprego de produtos naturais como potencial tratamento adjuvante ou alternativo das DII. Estudos tem relatado os efeitos anti-inflamatório, antioxidantes do extrato de própolis vermelha brasileira em diferentes modelos biológicos.No entanto, os efeitos quimioprotetivos destes extratos em modelo experimental de colite ulcerativa não foram relatados. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo investigar o efeito quimiopreventivo do extrato hidroalcoólico de uma variedade de propólis vermelha (EHPV) coletada no nordeste brasileiro na colite ulcerativa induzida por ácido acético (CIAA) em modelo de roedor. Para tanto, o extrato hidroalcoólico foi caracterizado por cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE). Em seguida, ratos Wistar machos foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos : sham (sem indução de CIAA), veículo (CIAA tratados com Tween80) , P10 e P100 (com CIAA, tratados com EHPV 10 e 100 mg/kg respectivamente).O tratamento com veiculo, EHPV foi realizado durante sete dias consecutivos e a colite foi induziada com administração retal de ácido acético no sétimo dia.Após 24 horas dos procedimentos de indução, os animais foram eutanasiados, realizado laparotomia com localização e excisão do intestino grosso, determinação da massa e comprimento do colo e escores de danos macroscópicos e histológicos,além da determinação de níveis teciduais de malonaldeído (MDA) e mieloperoxidase (MPO), Catalase (CAT), Superoxido dismutase (SOD) e expressão imuno-histoquímica de oxido nítrico induzível (iNOS). Os compostos químicos majoritários encontrados no EHPV foram liquiritigenina (68,8 mg/g), formononetina (54,29 mg/g), biochanina A (30,97 mg/g) e daidzeína (19,90 mg/g) .Os animais tratados com EHPV 10 mg/kg mostraram redução significativas nos níveis de MPO, bem como nos escores macroscópicos e histológicos de dano tecidual e na expressão imuno-histoquimica da iNOS (p<0,05). O tratamento com EHPV na dose de 100 mg/kg mostrou redução significativa apenas nos níveis de MPO (p<0,05) e escores histológicos (p<0,05) de danos teciduais . Conclui-se que a administração oral do EHPV promoveu melhora expressiva na CIAA em ratos e que estes efeitos podem, provavelmente, ser resultados de uma atividade anti-inflamatória relacionada com a via de inibição da INOS.