dc.description.abstract | Malformações congênitas (MC) ou defeitos congênitos são termos utilizados para definir toda anomalia funcional ou estrutural que ocorra durante o desenvolvimento do feto, decorrente de fatores originados antes do nascimento, seja genético, ambiental ou desconhecido. As MC afetam aproximadamente 3% dos recém-nascidos e causam cerca de 20% das mortes no período neonatal, configurando-se como a segunda causa de mortalidade infantil na maioria dos países latino-americanos. Aproximadamente 13% das malformações envolvem o sistema nervoso central (SNC), constituindo-se em um dos defeitos congênitos mais comuns. O objetivo da pesquisa foi estudar a epidemiologia das MC do SNC em conceptos nascidos em maternidade de alto risco do nordeste do Brasil, através de estudo caso-controle realizado entre janeiro de 2010 e dezembro de 2011, com dados do Estudo Colaborativo Latino Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC). Foram registrados 8.405 nascimentos, com taxa global de malformações de 2,2% na população estudada. Malformações do SNC foram diagnosticadas em 61 pacientes (32,6%), sendo os defeitos de fechamento do tubo neural e a hidrocefalia congênita as anomalias mais encontradas. Menor idade gestacional (p=0,027), história prévia de aborto espontâneo e/ou natimorto (p=0,008), história familiar de malformado (p<0,001) e consanguinidade parental (p=0,028) apresentaram associação com as malformações do SNC. Idade materna, doenças crônicas, exposição a drogas teratogênicas, tabagismo, uso de drogas ilícitas e álcool durante a gestação são fatores reconhecidamente associados às MC, mas que não tiveram significância estatística nesta pesquisa. Estudos epidemiológicos permitem identificar possíveis fatores associados às MC, provendo subsídios para planejamento de ações preventivas e de manejo das gestantes de alto risco, com impacto nos índices de mortalidade infantil por atuação no componente neonatal. | pt_BR |