INFECÇÕES PARASITÁRIAS E FÚNGICAS EM ROEDORES SINANTRÓPICOS COLETADOS EM ÁREA DE EXPANSÃO URBANA, ARACAJU/SE.
Abstract
A presença de roedores em área rural e ambientes peridomiciliares pode servir como um veículo para os agentes patogênicos, determinando o papel desses animais como disseminadores de infecções fúngicas e parasitárias. Atividades humanas como desmatamento e áreas de implantação de produção / pecuária, são fatores de atração para roedores. Este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de infecções fúngicas e parasitárias em roedores da região periférica de Aracaju, Sergipe, Brasil. A área de estudo é caracterizada como de transição rural-urbana, com predominância de locais como agricultura de subsistência. Vinte armadilhas Tomahawk e Shermann foram colocadas entre dezembro de 2011 e janeiro de 2013. Os animais coletados foram submetidos à biometria e a coleta de amostras de sangue, fezes e pelos, além da marcação tipo Australiana para o controle de recaptura. Os pelos foram cultivados em meio de cultura para fungos, Ágar Mycosel, Ágar batata, Ágar Sabouraud e Lactrimel. Foram coletados 47 roedores sendo 44 Rattus rattus e 3 Mus musculus e a avaliação parasitológica revelou infecção pelo cestódeo Hymenolepis diminuta em ambas as espécies (52,3% e 66,7% respectivamente), pelos nematódeos Aspiculuris tetraptera (66,7%) e Syphacia obvelata (33,3%) em M. musculus e pelo enterocomensal Entamoeba coli em R. rattus (2,3%). Observou-se também que 69,2% de R. rattus e 33,3% de M. musculus estavam infectados pelo hemoparasita Babesia sp. A contagem diferencial dos leucócitos em R. rattus revelou perfil neutrofílico em 18,2%, eosinofílico em 4,5% e linfocitário em 11,4%. A avaliação micológica apresentou variabilidade qualitativa de fungos: Aspergillus sp. (77,1%), Penicillium sp. (28,6%), Cladosporium sp. (14,3%), Mucor sp. (14,3%), Curvularia sp. (8,6%), Acremonium sp. (8,6%), Chrysosporium sp. (2,9%), Syncephalastrum sp. (2,9%), Alternaria sp. (2,9%), Scopulariopsis sp. (2,9%) e Trichophyton sp. (2,9%). Os parasitas e fungos encontrados nos roedores são potencialmente zoonóticos sendo que a presença destes animais no peridomicílio evidencia o seu papel como reservatórios e disseminadores de infecções parasitárias e fúngicas.