AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DE FATORES ODONTOLÓGICOS RELACIONADOS COM A SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
Abstract
Distúrbios do sono, como a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), podem interferir na saúde das pessoas, no seu rendimento laboral e na qualidade de vida. A presente pesquisa possuiu objetivo de avaliar a qualidade de vida de pacientes com SAOS e investigar a existência de fatores odontológicos relacionados. A amostra foi composta por 16 indivíduos com diagnóstico polissonográfico de especialistas em Medicina do Sono do Estado de Sergipe. Foi aplicado questionário SF 36 (Short-Form 36) para avaliar a qualidade de vida e avaliação clinica e radiográfica dos participantes quanto aos aspectos odontológicos possivelmente relacionados ao desenvolvimento de SAOS. Para análise dos dados foi utilizada análise descritiva da qualidade de vida (QV), sob forma de média e desvio padrão. Foi utilizado nível de confiabilidade 95%. Foi aplicado teste de correlação de Sperman para investigar se haveria associação entre a gravidade da SAOS e a qualidade de vida e fatores odontológicos, entre chances de cochilar e a qualidade de vida, entre as chances de cochilar e as queixas de sono dos pacientes avaliados. Os resultados encontrados sugerem que nos 16 pacientes avaliados, as médias de qualidade de vida, em todos seus domínios, apresentaram escores maiores que 60, sugerindo que os pacientes encontram-se com nível de qualidade de vida aceitável. Houve associação negativa entre a gravidade da SAOS e a qualidade de vida, nos domínios aspecto emocional e saúde mental. Houve associação significativa entre as chances de cochilar e as queixas de sono dos pacientes avaliados. em relação a gravidade da SAOS houve correlação significativa com relato de ronco alto dos pacientes (p= 0,032); relato de parar de respirar durante o sono (p= 0,002). Não houve correlação com a sonolência diurna excessiva (p> 0,05). Não foi encontrada correlação entre dor facial, com a gravidade da SAOS (p>0,05). O tipo de oclusão dentária apresentou correlação com a gravidade da SAOS, sendo a Classe II de Angle (56,2%) a mais prevalente. Embora nenhum parâmetro cefalométrico ou característica crânio facial tenha conseguido explicar isoladamente a gravidade da SAOS, o conjunto desses parâmetros parece predispor ao desenvolvimento da SAOS.