AVALIAÇÃO SORO-EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE ARACAJU E AS PERCEPÇÕES E ATITUDES DA POPULAÇÃO
Abstract
O presente estudo teve como objetivo avaliar os aspectos soro-epidemiológicos da Dengue,
percepções e atitudes dos usuários e profissionais de saúde do município de
Aracaju/Sergipe. Este estudo caracteriza-se como transversal observacional qualiquantitativo
aplicado com 378 indivíduos cadastrados nas unidades básicas de saúde
distribuídas nas oito regiões de saúde que perfazem a atenção básica do município. Para
coleta dos dados, realizou-se entrevista semi-estruturada através da aplicação de formulário
validado pelo método faced validity e inquérito sorológico com amostras analisadas pelo
teste imunocromatográfico, fase sólida, para a detecção qualitativa e diferencial de
anticorpos anti-IgG e anti-IgM em soro e plasma humano. Os dados foram categorizados a
partir da técnica de análise de conteúdo e avaliados por análises bivariadas, aplicando o
teste do qui-quadrado e correlação de Pearson com nível de confiança de 0,05. Os
resultados demonstraram que houve maior freqüência de participação na faixa etária dos 20
aos 49 anos; soropositividade para IgG de 42,2% (p<0,0001); altas taxas de
soropositividade em indivíduos que residem em bairros planejados (p=0,001). A relação das
condições socioeconômicas com a exposição e infecção pelo vírus da Dengue
representaram diferenças altamente significativas (p<0,0001). A maioria dos sujeitos
reconheceu que a transmissão da doença ocorre por meio do mosquito ou presença de
água parada (p=0,035); os moradores de todas as regiões de saúde identificaram que a
Dengue pode ser fatal; sendo que em três regiões foram encontradas a maior
proporcionalidade de sujeitos que fazem a identificação incorreta do Aedes aegypti
(p<0,0001); o inverno é a estação referida para disseminação da doença; a febre e cefaléia
foram os principais sintomas apontados (p<0,0001); a responsabilização em torno da
prevenção e controle da Dengue é enfatizada no poder público, vigilância sanitária, agente
de saúde e comunidade (p<0,0001). As atitudes específicas dos sujeitos para evitar a
Dengue demonstraram que na maioria absoluta das regiões estes priorizaram a prevenção
pela comunidade, com ênfase em evitar água parada (p<0,0001). A população estudada
percebe que a responsabilidade pela prevenção da Dengue depende de vários fatores e
instituições. Entretanto, este estudo corrobora que informações isoladas não resultam em
comportamentos adequados à prevenção e controle da doença.