AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES PRODUZIDAS NA BEXIGA POR FÁRMACOS EM SISTEMAS LIPOSSOMAIS ADMINISTRADOS VIA INTRAVESICAL
Abstract
A incontinência urinária interfere na vida pessoal e social da mulher causando-lhe
desconforto e constrangimento. Esta doença incide aproximadamente em 40% das
mulheres em menopausa, sendo que uma das causas pode ser atribuída a Hiperatividade
do Detrusor (HD). A oxibutinina tem sido extensivamente utilizada no tratamento da bexiga hiperativa. A capsaicina e a resiniferatoxina são descritas como alternativas para o
tratamento da bexiga hiperativa pela via intravesical, entretanto, sua administração pode
ocasionar reações adversas com sintomas irritativos como dor pélvica e desconforto. Desta forma, o objetivo do trabalho foi desenvolver formulações lipossomais contendo capsaicina, resiniferatoxina ou oxibutinina para administração intravesical e avaliar o impacto histomorfológico destas substâncias na bexiga após a instilação destas formulações. Os lipossomas obtidos ou os fármacos em solução foram instilados via intravesical em ratas e após 1, 7 e 60 dias foram realizados exames histopatológicos das bexigas das ratas para avaliar a presença de reação inflamatória e alterações na estrutura do colágeno vesical. O estudo do sedimento urinário das ratas foi realizado quinzenalmente em busca de marcadores inflamatórios e da presença de lipossomas. O resultado encontrado foi uma importante atenuação da agressão tecidual nos grupos com lipossomas. Verificou-se a presença de lipossomas nas amostras de urina dos animais até o 60º dia. A estratégia de obtenção de sistemas lipossomais para administração intravesical de fármacos utilizados na hiperatividade do detrusor demonstrou ser eficiente, com diminuição da resposta inflamatória.